Produção da vacina brasileira começa nesta semana, diz Butantan
Produção de 40 milhões de doses da nova vacina deve ficar pronta até julho
Publicado 27/04/2021 12:26 | Editado 27/04/2021 15:42
O Brasil começará a produzir sua própria vacina contra a Covid-10. Em entrevista nesta terça-feira (27) à rádio CBN, o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, afirmou que a instituição deve começar a produzir seu imunizante, a ButanVac, nesta semana.
O Butantan solicitou à Anvisa na sexta-feira passada o início dos testes em humanos. O instituto submeteu o protocolo para as fases 1 e 2 do estudo clínico do imunizante, compostas por estudos controlados com placebo que avaliarão a segurança e eficácia da vacina em 1,8 mil voluntários acima de 18 anos no Brasil.
Segundo Dimas Covas, já existe uma instalação pronta para começar a produzir a primeira vacina brasileira contra a Covid-19. O instituto deve começar a recrutar voluntários para os testes após a sinalização positiva da Anvisa.
“(A ButanVac) começa a ser produzida no Butantan em larga escala ainda neste mês de abril. Existe uma fábrica pronta para isso, com grande capacidade”, afirmou o diretor. “Vamos produzir um grande volume de doses dessa vacina, aguardando os testes clínicos. E serão divulgados oportunamente os censos que farão o recrutamento (de voluntários) e quais são os critérios.”
A Anvisa informou ter recebido o protocolo de estudos da ButanVac. O prazo de análise é de 72 horas para pedidos de pesquisa clínica que tratem de Covid-19 e que estejam completos. A documentação entregue, segundo a Anvisa, é parte do pedido de autorização de estudo da vacina, que ainda dependia de dados adicionais.
No dia 29 de março, a Anvisa havia emitido um pedido de complementação dos dados e inclusão do protocolo de pesquisa. “A equipe técnica da Anvisa já iniciou a avaliação para dar seguimento à análise de autorização do estudo”, afirmou a agência.
A ButanVac é uma vacina candidata contra a Covid-19 produzida por um consórcio internacional que pretende ampliar e baratear a produção desses imunizantes usando fábricas que trabalham com ovos de galinha como base para a criação das doses. O anúncio do projeto da ButanVac foi feito em 26 de março.
O novo imunizante vai incorporar a eficácia já registrada em outras vacinas contra novas variantes do coronavírus, segundo Covas. “A Butanvac é uma vacina de segunda geração, já aperfeiçoada em relação à primeira geração de vacinas, da AstraZeneca, Pfizer, Moderna. Já incorpora conhecimento inclusive sobre as variantes”, conclui Dimas Covas.
A produção de 40 milhões de doses da nova vacina deve ficar pronta até julho. Se tudo seguir conforme o planejado, o pedido para uso emergencial do imunizante no País deverá ser feito em setembro à Anvisa.
Com informações do O Globo