Conmebol recebe 50 mil doses para vacinar atletas e manter calendário

A Conmebol anunciou nesta segunda-feira (13) o acordo com a empresa farmacêutica Sinovac para receber 50 mil doses da vacina contra a Covid-19. A entidade que organiza os campeonatos de futebol sul-americanos quer distribuir o imunizante entre jogadores e jogadoras, comissão técnica e outros profissionais envolvidos na realização da Copa América, adiada no ano passado.

Com isso, jogadores de futebol passam à frente de trabalhadores de serviços essenciais na pandemia assim como grupos de risco. A Conmebol diz que a vacinação respeita protocolos de cada país e assegurou que não haverá problemas porque as doses foram obtidas fora dos programas de imunização dos países.

No Brasil ainda não é permitido a vacinação por empresas privadas fora do plano nacional, mas não há menção a produtos obtidos fora do país. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) também demonstrou interesse em comprar vacinas, mas espera a tramitação do projeto de lei PL 948/21. O texto-base do projeto de lei já foi aprovado na Câmara dos Deputados.

“A imunização estará focada nas equipes principais do futebol profissional sul-americano dos torneios da primeira categoria, masculinos e femininos.”, afirma o texto da confederação de futebol. A intenção é viabilizar a disputa da Copa América, que tem início programado para junho. Está prevista a presença de público, ainda que reduzido, na competição entre países da América do Sul. As equipes envolvidas na Copa Libertadores e Sul Americana também deverão receber o imunizante.

A Confederação Sul-Americana de Futebol também faz um agradecimento especial ao Presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, e ao Embaixador do Uruguai na China, Fernando Lugris, responsáveis pela parceria com a Sinovac.

O presidente da entidade, Alejandro Dominguez, afirmou: “É a melhor notícia que podia ser recebida para a família do futebol sul-americano, para a qual devemos nossos maiores esforços na Conmebol. É um passo adiante enorme para vencer a pandemia da covid19, mas não significa de nenhum modo que vamos baixar a guarda. Manteremos nosso trabalho responsável, o que nos permitiu concluir nossos torneios sem contratempos e sem alterar os formatos.”

Na última quarta-feira (7), a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) destacou aumento das infecções pela covid-19 na América do Sul. “As infecções por covid-19 continuam aumentando nas Américas”, disse a diretora da OPAS, Carissa Etienne, em uma entrevista coletiva. “Em nenhum lugar, são tão preocupantes quanto na América do Sul, onde os casos estão aumentando em quase todos os países”, ressaltou.

Jogadores e demais envolvidos no esporte ainda não se pronunciaram. Entre os jornalistas que cobrem futebol, Eric Faria comentou a medida com ironia. “O show tem que continuar. Parabéns. Vcs realmente são geniais.”

Maurício Noriega, comentarista do Grupo Globo, também condenou a ação.

“Acho lamentável que isso esteja acontecendo. Não vejo o jogador de futebol como prioridade alguma e me causa muita estranheza uma doação a uma entidade que controla o esporte, e não para um governo que possa distribuir para grupos prioritários dentro da sociedade. É uma notícia assustadora”.

Com informações de ESPN e Uol