Marcelo Queiroga é quarto ministro da Saúde em um ano de pandemia
Médico cardiologista substituirá o general Eduardo Pazuello, mas repercussão mostra apenas dúvidas. Deputado Orlando Silva diz que é Bolsonaro quem impõe o negacionismo aos ministros.
Publicado 15/03/2021 21:29 | Editado 15/03/2021 21:42
O presidente Jair Bolsonaro anunciou na noite desta segunda-feira (15), nas redes sociais, ter acertado a nomeação do médico Marcelo Queiroga como ministro da Saúde. Os dois se reuniram ao longo da tarde no Palácio do Planalto para discutir a troca no comando da pasta. O anúncio também foi feito pelo presidente durante conversa com apoiadores na porta do Palácio do Alvorada.
“Foi decidido agora a tarde a indicação do médico Marcelo Queiroga para o Ministério da Saúde. Ele é presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia. A conversa foi excelente, já o conhecia há alguns anos então não é uma pessoa que tomei conhecimento há poucos dias, e tem, no meu entender, tudo para fazer um bom trabalho dando prosseguimento em tudo que Pazuello fez até hoje”, afirmou Bolsonaro na conversa transmitida pelo site Foco do Brasil, mantido por apoiadores do presidente.
Mais cedo, o ministro Eduardo Pazuello, deu uma coletiva de imprensa para atualizar informações sobre o combate à pandemia de covid-19 e confirmou que o presidente mantinha tratativas para a sua substituição na pasta .
A nomeação de Queiroga será publicada na edição de amanhã (16) do Diário Oficial da União e o processo de transição no ministério deve durar entre uma e duas semanas, disse o presidente.
A nova indicação ao Ministério é considerada uma forma de agradar o centrão — grupo informal alinhado ao governo Jair Bolsonaro em troca de espaço na administração pública. Em conversa com Bolsonaro, o presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), teria referendado a indicação.
Nas redes sociais, o ministro das Comunicações, Fábio Faria, também comentou a indicação de Queiroga, classificando o Ministério da Saúde como “uma das pastas mais desafiadoras e relevantes” do governo.
Repercussão
Marcelo Queiroga aceitou o cargo de ministro da Saúde, em substituição a Pazuello, que carregará a marca de mais inepto de nossa história.
Não há motivos para comemoração, já que é sabido e consabido que é Bolsonaro quem impõe o negacionismo assassino como política pública.
— Orlando Silva (@orlandosilva) March 15, 2021
Tragédia chegarmos ao quarto ministro da Saúde numa pandemia que já matou quase 280 mil s/ saber se ele defenderá o distanciamento social ou a cloroquina. Não conheço Marcelo Queiroga, mas sabemos o que Bolsonaro espera dele. Seguiremos na luta em defesa da vacina e da ciência.
— Marcelo Freixo (@MarceloFreixo) March 15, 2021
O médico Marcelo Queiroga vai assumir o Min. da Saúde. Seria boa notícia, não fosse a conduta de Bolsonaro: ele vai tolerar que o ministro siga a Ciência, desestimule aglomerações e promova ampla vacinação? Ou vai continuar boicotando essas medidas?
— Alessandro Molon ?? (@alessandromolon) March 15, 2021
Depois de tanto descaso e negligência com a vida humana, temos um quarto novo Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. Um ano de pandemia, mais de 2 mil óbitos por dia, 280 mil mortes registradas. A necropolítica do governo federal segue fiel ao seu plano cruel com os brasileiros. pic.twitter.com/CmHPl8Wp2n
— Daniel Almeida (@Daniel_PCdoB) March 16, 2021
E o que o novo ministro da Saúde, presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia, vai fazer c/ o estoque de cloroquina q/ Pazuello deixou no MS? Bolsonaro já sabe que a SBC divulgou comunicado p/ dizer q “não recomenda” o uso da cloroquina no tratamento à Covid? pic.twitter.com/cG6AwJZnuB
— Perpétua Almeida (@perpetua_acre) March 15, 2021
Competência e defesa da Ciência não combinam c/ o negacionismo de Bolsonaro. Ele próprio sabota o trabalho dos ministro quando quer definir os protocolos de atendimento e receitar medicamentos durante a pandemia. O novo ministro vai aceitar isso?! https://t.co/rTxUUXfLKt
— Perpétua Almeida (@perpetua_acre) March 15, 2021
Perfil
Marcelo Queiroga é natural de João Pessoal e se formou em medicina pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Ele fez especialização em cardiologia no Hospital Adventista Silvestre, no Rio de Janeiro. Sua área de atuação é em hemodinâmica e cardiologia intervencionista e atualmente Queiroga é presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia.
Com a indicação, Queiroga será o quarto ministro da Saúde desde o começo da pandemia de Covid, há exatamente um ano. Passaram pela pasta, neste período, os médicos Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, seguido depois pelo general Eduardo Pazuello, do Exército.
O principal desafio do novo ministro será acelerar o processo de vacinação em massa da população. Até agora, o país vacinou cerca de 4,59% da população com a primeira dose de imunizantes, percentual que corresponde a 9,7 milhões de pessoas. O Brasil acumula, até o momento, mais de 279 mil mortes por covid-19.
Assim como Ludhmila Hajjar, recebida ontem pelo presidente, Queiroga defende o isolamento social como forma de combate à pandemia. Ele também já se posicionou contrário ao “tratamento precoce” defendido por Bolsonaro à base de cloroquina, medicamento comprovadamente ineficaz contra a covid-19.
Um pouquinho do Instagram do novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, bolsonarista convicto. pic.twitter.com/RbLmrBDcaM
— De Lucca ?️??? (@delucca) March 15, 2021
Marcelo Queiroga parece gostar bastante do filho do presidente, o senador Flávio Bolsonaro, investigado no escândalo das rachadinhas, dos laranjas e por ter envolvimento com milícias. pic.twitter.com/qWaPI5UBGn
— De Lucca ?️??? (@delucca) March 15, 2021
Um comentario para "Marcelo Queiroga é quarto ministro da Saúde em um ano de pandemia"
Os comentários estão desabilitados.