SP: Sindicato denuncia morte de 20 professores por Covid-19
Apeoesp realizou carreata e protesto pela morte de professores após volta às aulas
Publicado 04/03/2021 19:44
O Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) realizou manifestação nesta quinta-feira (4) após a morte de 20 docentes pela Covid-19. Desde o início da volta às aulas, a entidade contabilizou 1.861 casos confirmados em 850 escolas.
Após carreata pelas ruas de São Paulo, os manifestantes se reuniram no vão livre do Masp, na Avenida Paulista. Os professores seguiram até a Secretaria da Educação do governo João Doria (PSDB), na Praça da República, região central. Os professores levaram faixas e homenagens aos colegas mortos pela doença. O protesto reivindicou a suspensão imediata das aulas até que os indicadores da pandemia estejam sob controle.
“É inaceitável o que o governo Doria vem fazendo com os professores. Sem fechar as escolas, mantendo milhares de professores e funcionários e milhões de estudantes circulando todos os dias, muitos em transportes públicos, Doria e seu secretário de Educação se revelam como são: inimigos da vida”, afirmou a presidenta da Apeoesp, a deputada estadual Professora Bebel (PT).
Os registros de casos confirmados e suspeitos de Covid-19 nas escolas não são divulgados ao público há duas semanas. No único balanço publicado pelo governo Dória, em 16 de fevereiro, eram 714 casos confirmados e 1.133 suspeitas de transmissão do vírus.
O governo estadual garante que a volta às aulas é segura, mas não disponibiliza os dados do Sistema de Informação e Monitoramento da Educação para a Covid-19. Apenas um servidor por escola tem acesso ao sistema, tanto para informar casos de infecção da doença quanto para consultar os números de casos suspeitos e confirmados na rede pública de ensino.
Na terça-feira (2), o secretário da Saúde, Jean Gorinchteyn, reconheceu que o aumento de circulação de pessoas devido a volta às aulas contribuiu para o agravamento da situação em São Paulo.
“Se estamos entendendo que as pessoas estão ameaçadas frente ao vírus, frente ao colapso (do sistema de saúde), temos que reavaliar situações que poderiam ser evitadas. Uma delas é a situação da escola. O problema não é a escola, mas a circulação de pessoas. Professores, alunos, pais que levam e trazem seus filhos. Mesmo no transporte público, a exposição que a gente acaba colocando as pessoas. Nesse momento, vale a observação sobre essa questão de não haver aulas”, disse Gorinchteyn, em entrevista à rádio CBN.
Na quarta-feira (3), Doria anunciou que todo o estado vai entrar na fase vermelha da quarentena por duas semanas, a partir de sábado (6), devido ao agravamento da pandemia de covid-19 em São Paulo. As escolas, porém, continuaram funcionando. “Apesar das medidas de restrição, as escolas estaduais continuarão de portas abertas no pior momento da pandemia”, criticou Bebel, que garantiu a continuidade da greve dos professores, iniciada em 8 de fevereiro.
Com informações de Rede Brasil Atual