Entidades do movimento social defendem unidade pelo Fora Bolsonaro
Centrais Sindicais, Frentes Brasil Popular e Povo sem Medo deliberam pela união de todos os setores e segmentos civis e políticos que defendem o impeachment, a vacina e o retorno do auxílio emergencial
Publicado 27/01/2021 15:15
As entidades que participaram da Plenária Nacional de Organização das Lutas promovida pelas Frentes Brasil Popular e Povo sem Medo, com apoio da CUT, demais centrais, deliberaram nesta terça-feira (26), a união de forças de todos os segmentos civis e políticos que estão lutando pelo impeachment de Jair Bolsonaro.
Numa reunião virtual com quase 500 pessoas presentes, a plenária deliberou três eixos de luta: 1) Fora Bolsonaro; 2) Vacina Já e para todos e 3) o retorno do auxílio emergencial. Também foi deliberado um calendário de lutas (veja abaixo) culminando com uma nova carreata para o dia 21 de fevereiro, nos moldes da última realizada no sábado (23); e orientações para organização de defesa dos três principais eixos.
Presente à reunião, o vice-presidente da CUT, Vagner Freitas, explicou que a diferença da conjuntura dos últimos meses é que setores conservadores também começam a reivindicar o “Fora Bolsonaro”, a vacinação e o pagamento do auxílio emergencial, cada um motivado por suas particularidades, mas devido à urgente necessidade de tirar Bolsonaro do poder, para que o país retome o seu crescimento, é preciso que segmentos como OAB, CNBB e demais entidades de diversas orientações políticas se unam em torno do mesmo objetivo.
“Defender o Fora Bolsonaro é defender a vida, o emprego. Ele é o grande empecilho para que o país saia da crise econômica. Seu negacionismo da doença e seu desempenho frente à pandemia da Covid-19 impedem que a vacina chegue a todos, e sem vacina haverá uma paralisia na economia e o aumento do desemprego”, afirma Vagner Freitas.
O dirigente reforça que o engajamento da classe trabalhadora é fundamental, pois sem vacina quem vai morrer é o trabalhador, o menos favorecido pelas condições econômicas para procurar um tratamento e fazer o distanciamento social.
Defender o Fora Bolsonaro é defender a vacina, o pagamento do auxílio emergencial, é lutar pelo emprego, pela sua vida, pela segurança de nossas famílias. Bolsonaro no poder é o entrave para a solução da pandemia e do fim da crise econômica e social do país- Vagner Freitas
A decisão de unir todas as frentes sociais e políticas pelo “Fora Bolsonaro” se tornou ainda mais necessária com o agravamento da crise em 2021, e que vem sendo arrastada ao longo do ano passado. Por isso, que a Plenária Nacional de Organização das Lutas, acredita que só com mobilização popular é possível pressionar o Congresso Nacional para a abertura do impeachment.
Organização e Luta
Para esse processo é indispensável o esforço de unidade de todos os setores populares, com uma articulação nacional de convocação dos segmentos que possam se somar nesta iniciativa, realizando plenárias estaduais com amplo espectro político, construir um calendário de mobilização nos municípios, criar Comitês Populares de Saúde nos bairros para enfrentar a pandemia; fortalecer a comunicação contra o discurso bolsonarista nas redes sociais; denunciar internacionalmente Bolsonaro junto às entidades de direitos humanos, a partidos e na Comissão de Direitos Humanos na ONU; apoiar a instalação imediata da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) ‘Pazzuelo/Bolsonaro’; fortalecer a adesão e divulgação do “Manifesto das Igrejas ao Povo Brasileiro”; realizar atos ecumênicos comunitários em memória e denunciar as mortes causadas pelo Covid-19 e, por fim, realizar o Dia da Solidariedade e pela Renda Emergencial.
Veja abaixo um resumo da reunião divulgado pelas entidades:
As Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, as Centrais Sindicais, os partidos de oposição ao Governo Bolsonaro, representantes de diversas matrizes religiosas, juristas, bem como outras iniciativas de articulação realizaram neste dia 26 de janeiro de 2021, uma histórica plenária reunindo mais de 400 militantes de todo Brasil. Como síntese dessa plenária, sistematizamos os principais encaminhamentos nos pontos abaixo. Recomendamos ampla divulgação.
I- Síntese Política
1- Agravamento da Crise: O ano de 2021 iniciou com o aprofundamento das crises que se arrastaram ao longo do ano passado.
2- Impeachment: Esse agravamento recoloca o cenário de Impeachment de Bolsonaro como possibilidade real.
3- Mobilização Popular: Contudo, esse cenário só se efetivará se houver um processo crescente de mobilização popular, ampliando o desgaste de Bolsonaro perante a população, e pressionando o Congresso para a abertura do Impeachment.
4- Unidade: para que esse processo seja conduzido pelas forças progressistas, e não capturado para fortalecer alternativas conservadoras, é indispensável o esforço de unidade de todos os setores populares.
5- Bandeiras de luta: construir uma agenda de lutas, tendo como bandeiras prioritárias:
i. Enfrentamento da Crise sanitária: Vacina Já; ampliação dos recursos para o SUS, defesa das medidas de distanciamento social.
ii. Enfrentamento da Crise econômica: Retomada do Auxílio Emergencial, defesa do Programa de Proteção ao Emprego; luta contra o Teto dos gatos e contra a Reforma administrativa.
iii. Enfrentamento da Crise política: Fora Bolsonaro, Impeachment Já!
II- Orientações organizativas:
a. Articulação Nacional: fortalecer esse espaço de articulação nacional para conduzir as lutas em torno das bandeiras acima citadas. Convocar todos os setores que possam se somar nessa iniciativa.
b. Plenárias estaduais: realizar Plenárias estaduais reunindo esse amplo espectro político para construir um calendário de mobilização nos municípios, em especial da agenda abaixo apresentada.
c. Agitação e Propaganda permanente: organizar nos estados ações permanentes tais como bicicletadas, carreatas menores nas periferias e bairros, com carros de som.
d. Solidariedade e trabalho de base nas periferias: continuar e impulsionar as ações de solidariedade que já estão acontecendo. Onde for possível constituir comitês populares de saúde nos bairros para fortalecer o enfrentamento à pandemia
e. Comunicação: fortalecer a articulação, o alcance e os instrumentos das nossas comunicações para fazer a disputa das redes.
f. Denúncia Internacional: fortalecer a articulação das entidades de direitos humanos para denunciar Bolsonaro na comissão de direitos humanos na ONU, bem como outros fóruns internacionais.
g. Manifesto das Igrejas: fortalecer a adesão e divulgação do “Manifesto das Igrejas ao Povo Brasileiro”.
h. Atos Ecumênicos: organizar atos ecumênicos comunitários em memória das Imais de 200 mil mortes;
i. Apoio a CPI do Pazuello: apoiar a iniciativa da oposição parlamentar para criação de uma CPI para investigar a conduta de Pazuello a frente do Ministério da Saúde, especialmente sobre a crise no Amazonas.
j. Saúde: fortalecer a campanha “O Brasil precisa do SUS”, bem como exigir a quebra das patentes das vacinas contra COVID.
k. Educação: fortalecer a campanha dos professores que exige a vacinação da categoria como condição prévia para a retomada das aulas.
III- Calendário:
26/01 – Entrega do Pedido de Impeachment das Igrejas
29/01 – Mobilização dos Bancários contra a privatização do BB
31/01 – Carreatas e bicletadas em todos os municípios e STOP Bolsonaro
01/02 – Dia Nacional de Lutas e ato em Brasília na véspera da Eleição das presidências da Câmara e Senado (organizar assembléias, paralisações, atos nas áreas operacionais e locais de trabalho)
01 a 05/02 – Ato de Entrega do Pedido de Impeachment no Congresso
06/02 – Dia Nacional de Solidariedade e luta pelo auxílio emergencial
15 e 16/02 – Agit Prop Carnaval
21/02 – Indicativo de Carreata Massiva
08/03 – Dia Internacional de Luta das Mulheres
Vacina Já!
Volta Auxilio Emergencial, Volta Empregos!
Fora Bolsonaro, Impeachment Já!
Com informações da CUT e das Frentes Brasil Popular e Povo sem Medo