Bolsonaro provoca fuga de capitais e de empresas
Bolsonaro e Paulo Guedes sabem muito bem o que fazem e a quem servem.
Publicado 18/01/2021 17:47 | Editado 18/01/2021 18:04
Os governos de direita, Temer, depois Bolsonaro disseram que para o Brasil atrair investimentos para o desenvolvimento do país, era necessário fazer reformas.
Temer realizou a reforma trabalhista que retirou direitos que os trabalhadores conquistaram em décadas de lutas. Aprovou o Teto de Gastos, congelando por 20 anos os gastos com saúde, educação e outros.
Bolsonaro aprovou a reforma da Previdência, reduzindo benefícios e dificultando a aposentadoria dos trabalhadores, e briga pela aprovação das reformas nas áreas fiscal e do pacto federativo, elaboradas pela equipe econômica de Paulo Guedes.
Os governos Temer e Bolsonaro já somam quase 5 anos, e o Brasil ao invés de crescer só regride. Éramos a 6ª economia do mundo nos aproximando do 5º lugar; hoje regredimos para a 13ª posição.
No governo Lula chegamos a obter um crescimento de 7,5%. Em 2015, mesmo com todo o boicote pela derrubada do governo Dilma, o crescimento do PIB era de 3,8%. Após o golpe nos governos Temer e agora Bolsonaro o crescimento do Brasil permanece estagnado em torno de 1%. Em 2020 deve ser negativo, em menos 5%.
O desemprego em 2014 era de 6,9%. A briga para derrubar Dilma e já sob o governo Temer no final de 2016 o desemprego quase dobrou, ficando em torno de 12%. Hoje no governo Bolsonaro está em 14,5%.
De 2016 até agora são cerca de 14 milhões de desempregados. Na informalidade, sem carteira assinada, são em torno de 40 milhões de brasileiros. O Brasil que havia saído do mapa da fome, segundo últimos dados do IBGE já são 51,7 milhões de brasileiros vivendo abaixo da linha de pobreza.
O investimento estrangeiro que aumentava nos governos Lula e bateu recorde no governo Dilma chegando a 65 bilhões em um ano. Hoje o recorde é inverso. Em 2019 saíram do pais 44,5 bilhões de dólares e em 2020 uma fuga de 87,5 bilhões.
Mas a fuga hoje não é só de investimentos, agora são empresas que fogem do Brasil.
A Ford, depois de 102 anos no Brasil, fechará todas as suas fábricas e foi aplicar na Argentina e no Uruguai. A Troller, subsidiária da Ford, considerada um ícone da produção automobilística também encerrou suas atividades. A Yoki, uma das maiores do mundo em alimentos, também encerra suas atividades aqui, e a Forever, ícone do fast fashion, acabou de fechar 11 lojas no Brasil.
A indústria brasileira que já chegou a produzir cerca de 30% do PIB, hoje está em torno de 10%. Enquanto outros países buscam a inovação através da indústria 4.0, o Brasil vive um acelerado processo de desindustrialização.
O Brasil vai se resumindo à mero produtor e exportador de grãos, e de matéria prima in natura, ou seja, regredindo séculos, à situação de colônia.
Enquanto o caos e a pobreza se alastram no país, alguns setores vivem anos de glória, e ganham rios de dinheiro. É só verificar os lucros astronômicos dos bancos, dos credores da dívida, dos agiotas do mercado, a isenção de impostos do agronegócio e privilégios dos que dão sustentação a esse governo.
As reformas, cantadas em verso e prosa para engabelar os brasileiros, servem para atender esses setores.
Bolsonaro e Paulo Guedes, uma dupla de calhordas, o primeiro com 30 anos como político e o segundo como economista e banqueiro, sabem muito bem o que fazem e a quem servem. Ambos ao adotarem essa política chamada de neoliberal, ou de arrasa país, são uma espécie de Robin Hood às avessas. Roubam dos pobres para entregar aos ricos.
Mas Bolsonaro não arrasa apenas a economia. Ao se opor as recomendações da ciência age como um genocida e o resultado já são mais de 8 milhões de infectados e acima de 200 mil mortos.
Até quando o povo brasileiro vai assistir sem maior reação, tamanhas tragédias.