EUA coagem Brasil a ir contra próprio interesse, diz embaixador chinês
Segundo Yang Wanming, objetivo é preservar monopólio no campo da tecnologia. Ele negou que empresas da China compartilhem dados de usuários com governo.
Publicado 13/01/2021 18:13 | Editado 13/01/2021 19:25
Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, o embaixador da China, Yang Wanming, disse que os Estados Unidos estão coagindo o Brasil a sacrificar os próprios interesses vetando componentes da gigante chinesa Huawei na rede 5G do país. Segundo Yang, o objetivo é “preservar o monopólio e a hegemonia dos EUA no campo da ciência e da tecnologia”.
Ele negou que as empresas de seu país compartilhem os dados dos usuários com o governo chinês. “Certos políticos norte-americanos forjam mentiras sobre uma suposta espionagem cibernética chinesa para confundir e coagir outras nações a sacrificarem seus próprios interesses e criarem barreiras ao avanço de países em desenvolvimento na alta tecnologia”, disse.
O embaixador disse que a China defende a proteção da segurança de dados de todas as nações, “diferentemente de certos países que gritam ‘pega ladrão’ enquanto agem como ladrões”.
Sobre possíveis retaliações econômicas contra o Brasil no caso de veto à Huawei, Yang disse apenas acreditar que Brasília vai respeitar as regras de mercado e que não vai tomar ações discriminatórias.
O embaixador, que respondeu às perguntas da entrevista por e-mail, não respondeu a algumas das questões da reportagem, incluindo perguntas sobre as críticas que o chanceler brasileiro, Ernesto Araújo, já fez ao governo chinês. Yang já se estranhou com o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho de Jair Bolsonaro, pelo Twitter.