Derrotar a extrema direita e reconstruir o Brasil
Na atual quadra de luta entre a democracia e o fascismo, o projeto de nação ganha centralidade
Publicado 08/01/2021 14:23 | Editado 08/01/2021 18:27
A concentração de riqueza nas mãos de poucos é uma característica essencial do sistema capitalista. No Brasil 1% da população detém 28% da renda nacional, o que coloca o nosso país como segundo pior do mundo em concentração de renda. Aqui, há um grupo seleto de detentores de fortuna superior a 10 bilhões de reais. Os maiores rentistas são os proprietários dos grandes meios de comunicação. É essa gente que compõe a extrema direita e sua marionete bolsonarista. Sendo assim, para enfrentar todo esse poderio, somente com uma poderosa frente ampla, democrática e popular, um campo político que congregue as oposições, forças comprometidas com mudanças numa única vertente nacional.
Conter a ofensiva conservadora demanda força política, organização social e a construção de um programa mínimo que traduza em ações políticas as respostas para a saída da crise nacional. Ganhar o povo para jornadas e lutas pelos direitos e pela democracia, jornadas que venham balançar as estruturas do conservadorismo. Esse é o grande desafio dos progressistas diante da conjuntura.
Reunir amplo campo político, personalidades dispostas a resistir a destruição do país é possível. As forças avançadas precisam de habilidade, visão alargada da realidade e compreensão de que nenhuma força política isoladamente será capaz de tirar o Brasil dessa profunda crise.Que a unidade democrática e popular é fundamental no enfrentamento ao neoliberalismo e na abertura de perspectivas avançadas para o país.
Nesse sentido, precisamos analisar o importante recado que as urnas deram em 2020. Elas sinalizaram que o povo brasileiro quer mais direitos e condições dignas de vida, cabendo as forças verdadeiramente democráticas, de oposição ao fascismo trabalharem unificadas na grande batalha que poderá definir os rumos do país nos proximos anos. Isto exigirá dessas forças muita clareza do papel estratégico do combate que se avizinha: contruir hoje as condições para a vitória de amanhã. É colocar 2022 num patamar avançado da luta de classes e dar a devida importância histórica a essa batalha política, guardada as devidas proporções, tanto quanto teve a Revolução de 30 para o desenvolvimento do país e a vitoriosa campanha das Diretas Já, que derrotou a ditadura militar e abriu caminhos para a redemocratização do Estado brasileiro.
As movimentações políticas de hoje definirão amanhã qual leque de forças comandará o destino desse gigante chamado Brasil. É possível descortinar novos horizontes e mudar essa realidade desfavoravél às forças avançadas na sociedade. O campo democrático poderá derrotar as forças do atraso e preparar caminho rumo a um estágio mais avançado para nossa sociedade. Isso demandará muito trabalho político, combinado com muita mobilização social e profundo debate no campo das ideias.
Acumular mais forças na sociedade e na centralidade desse acúmulo fortaler a luta pelos direitos sociais e a democracia, ajudar a amadurecer as condições objetivas afim de superar as mazelas do sistema capitalista e ajudar o país à transitar a um estágio de sociedade socialmente mais avançada. Isto exigirá um pacto pelo desenvolvimento social enquanto plataforma nacional, a serviço da soberania do País.
Na atual quadra de luta entre a democracia e o fascismo, o projeto de nação ganha centralidade nas lutas políticas enquanto acúmulo, enfraquecer o bolsonarismo em todas as frentes de lutas é crucial, é fôlego para longa jornada de reconstrução do País.
A derrota do inquilino do Palácio do Planalto nas eleições de 2020 não foi obra do acaso. Ela mostrou que as questões nacionais tiveram grande importância no debate. Debateu-se temas como o desemprego, os direitos e a democracia e ficou nítido que o povo aprende com suas experiências e começa a identificar o fascismo enquanto grande inimigo do momento. Devemos analisar esse aprendizado como um importante componente no caráter de construção da Frente Ampla Democrática e Popular enquanto alternativa a extrema direita, colocando o debate de projeto em 2022 num outro patamar da luta de classes.
Precisamos constituir uma aliança política que questione as estruturas de poder, que possa proporcionar o fortalecimento da classe trabalhadora e dos direitos sociais,que a alternativa política de saída da crise seja pela via progressista e não pelo aprofundamento do conservadorismo. Nesse sentido é importante definir a tática e a estratégia a serviço do objetivo político que influenciarão o próximo processo eleitoral e as futuras lutas políticas do povo brasileiro.
A constituição da Frente Ampla Democática e Popular passa pelo diálogo com os extratos de classe, firmando um pacto nacional em defesa de outro projeto contrário a atual orientação presente em todas as ações do Estado, criando um polo de forças. Neste contexto, é fundamental refletir sobre os fatos, os desafios e as possibilidades postas para a construção e consolidação de uma alternativa. 2021 será o ano de preparação para uma grande virada que o Brasil e os brasileiros precisam viver.
As opiniões expostas neste artigo não refletem necessariamente a opinião do Portal Vermelho