Venezuela: novo parlamento toma posse com maioria chavista
Coalizão Grande Polo Patriótico saiu vencedora do pleito de 6 de dezembro e conquistou ampla maioria na Casa
Publicado 06/01/2021 07:59
Os 277 deputados eleitos para a nova Assembleia Nacional da Venezuela tomaram posse nesta terça-feira (5) e iniciaram o período legislativo que vai durar até 2026. A nova composição do Parlamento foi definida nas eleições realizadas no dia 6 de dezembro. A coalizão chavista Grande Polo Patriótico saiu vencedora do pleito e conquistou ampla maioria (256 assentos) na Casa.
Na primeira sessão da nova Assembleia, o ex-ministro da Comunicação e recém-eleito deputado Jorge Rodríguez foi escolhido como presidente do Parlamento. Em seu discurso, Rodríguez citou a última composição da AN, de maioria opositora, e destacou a importância de reconciliar os setores de direita com os governistas, mas disse que “existem crimes que não podem ser esquecidos”.
“Eles pediram intervenção militar contra a Venezuela e os meios de comunicação acharam justo. Eles fizeram um pacto para roubar o território de Esequibo e os meios ocidentais diziam que era justo. Não podemos esquecer”, disse. O novo presidente do Legislativo ainda afirmou que o país está combatendo a Covid-19 com sucesso e que os planos contra a pandemia “têm sido um exemplo”.
Os nomes de Iris Varela e Didalco Bolívar, ambos deputados chavistas, foram propostos para assumir a primeira e segunda vice-presidências do Parlamento. Deputados da oposição foram contra as indicações, exigindo que tivessem uma representação opositora na mesa. Entretanto, os parlamentares governistas foram eleitos pela maioria da Casa.
Mais cedo, os deputados do bloco do governo realizaram um ato em frente ao prédio da Assembleia Nacional em homenagem ao ex-presidente Hugo Chávez e ao libertador Simón Bolívar. Dali, partiram em marcha ao Parlamento carregando fotos do ex-mandatário e do libertador.
A nova Assembleia Nacional marca o encerramento do mandato de Juan Guaidó, que havia sido eleito nas eleições legislativas de 2015. Apesar de se autoproclamar presidente interino do país, o cargo de deputado era o único mandato institucional de Guaidó.
O agora ex-deputado continua a afirmar que é presidente interino da Venezuela e de uma Assembleia Nacional que funciona paralelamente ao Parlamento recém-empossado. Por videoconferência, Guaidó e apoiadores realizaram um encontro que chamaram de “abertura das sessões” deste Parlamento paralelo.
Fonte: Opera Mundi