Brasil registra mais de mil mortes por Covid-19 em 24 h

País registra mais de mil mortes em 24 h e bate 7,8 milhões de casos. Região Norte apresenta maior aceleração com anúncio de colapso funerário em Manaus.

Dra. Maria José Leão Lima e Fabia Bastos mãe de uma paciente Foto: Bruno Cecim/Ag.Pará

O Brasil voltou a registrar mais de mil novas mortes causadas pela covid-19 em um intervalo de 24 horas. Apesar disso, a variação não tem sido de aceleração, nem de mortes, nem de contágios, segundo cálculo do consórcio da imprensa. Em vez disso, há viés de queda na curva.

Em boletim divulgado hoje, o Ministério da Saúde confirmou que foram cadastrados 1.171 novos óbitos provocados pela doença de ontem para hoje. Desde o início da pandemia, 197.732 pessoas morreram em todo o país.

Segundo dados do Ministério, as últimas vezes nas quais houve registro de mais de mil novas mortes por covid-19 em um intervalo de 24 horas foram em 29, 30 e 31 de dezembro, com 1.111, 1.194 e 1.074 novos óbitos, respectivamente.

Com isso, a média móvel de mortes no Brasil nos últimos 7 dias foi de 723, segundo o consórcio da imprensa. A variação foi de -7% em comparação à média de 14 dias atrás, indicando tendência de estabilidade nos óbitos pela doença.

Vale ressaltar, no entanto, que os registros de mortes nos fins de semana e feriados tendem a ficar represados devido à redução das equipes nas secretarias de saúde. Com isso, os dados são inseridos nos dias subsequentes, especialmente terças e quartas-feiras.

Nas últimas 24 horas, houve 56.648 diagnósticos positivos para o novo coronavírus no Brasil. O total de infectados subiu para 7.810.400 desde o começo da pandemia.

A média móvel nos últimos 7 dias foi de 32.260 novos diagnósticos por dia. Isso representa uma variação de -30% em relação aos casos registrados em duas semanas, o que indica tendência de queda nos diagnósticos.

De acordo com a pasta, 6.963.407 pessoas se recuperaram da doença, com outras 649.261 em acompanhamento.

Estados

No topo da lista dos estados com mais mortes por covid-19 estão São Paulo (47.222), Rio de Janeiro (25.837), Minas Gerais (12.083), Ceará (10.042) e Pernambuco (9.709). Já entre os últimos no ranking estão Roraima (798), Acre (808), Amapá (943), Tocantins (1.248) e Rondônia (1.852).

O Norte do país tem apresentado a maior aceleração de registro de óbitos. Cinco estados apresentaram alta na média móvel de mortes: AM, PA, RR, TO e SE. Três regiões do país também estão com óbitos estáveis: Centro-Oeste (-4%), Nordeste (-4%) e Sudeste (-9%). O Sul segue em queda (-17%).

Colapso funerário em Manaus

O novo prefeito de Manaus, David Almeida (Avante) admitiu hoje que a capital amazonense vive um novo colapso no sistema de saúde, em meio a um aumento de casos e internações de pacientes com covid-19. Segundo ele, se os níveis de mortalidade continuarem como estão, a cidade só terá covas disponíveis para mais “dois ou três meses”.

O prefeito afirmou, em entrevista à CNN, que pretende construir, de forma rápida, mais 6 mil covas no Cemitério Nossa Senhora Aparecida, o maior de Manaus. O local é o mesmo onde vítimas da covid-19 tiveram que ser enterradas em valas comuns por falta de espaço, no auge da primeira onda de infecções na cidade.

“Nós ainda temos alguma reserva [de covas], possivelmente temos dois ou três meses de vagas de sepultamento”.A ideia, segundo Almeida, é construir 22 mil novas covas ao todo.

Segundo dados da FVS (Fundação de Vigilância em Saúde) do Amazonas, 91,84% dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do estado estão ocupados: 92,18% dos leitos para adultos da rede pública, 50% dos leitos infantis e 94% da rede privada. Leitos de enfermaria têm ocupação de 86,45%.

À espera das vacinas da Índia

O Governo Federal trabalha com a previsão de receber em janeiro o primeiro lote da vacina contra a covid-19 desenvolvida pela AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford que será importado da Índia.

Segundo nota conjunta dos Ministérios da Saúde e das Relações Exteriores, as negociações para a importação entre a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) e o Instituto Serum estão em “estágio avançado, com provável data de entrega em meados de janeiro”.

O Serum fabrica a vacina da AstraZeneca, que já está sendo aplicada no Reino Unido. A Fiocruz obteve recentemente autorização da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para importar 2 milhões de doses da vacina, produzida pelo instituto indiano.

A manifestação do governo brasileiro ocorre depois de o presidente do Instituto Serum da Índia, Adar Poonawalla, dizer no domingo (3) que o governo da Índia havia vetado a exportação de doses da vacina. Hoje, Poonawalla retificou a informação, dizendo, que não há veto à exportação.

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