OMS afirma que variante do coronavírus não está “fora de controle”
Michael Ryan, diretor do programa de emergências, afirmou nesta segunda (21) que é possível deter o avanço da nova cepa
Publicado 21/12/2020 19:25 | Editado 21/12/2020 19:27
O diretor de emergências da Organização Mundial da Saúde (OMS), Michael Ryan, afirmou nesta segunda-feira (21) que a nova variante do coronavírus identificada no Reino Unido “não está fora de controle”. Apesar disso, ressaltou que os bloqueios adotados por diversos países ao redor do mundo são “prudentes”.
A afirmação da OMS é uma resposta ao anúncio do ministro de Saúde britânico, Matt Hancock, sobre a variante B.1.1.7. do vírus estar “fora de controle”. A fala ocorreu no domingo (20) para justificar novas medidas de isolamento social às vésperas do Natal. O governo veio a público anunciar a descoberta de uma cepa mais contagiosa do vírus, até 70% mais contagiosa.
Em Londres, 62% dos casos foram causados pela nova variante na semana de 9 de dezembro. Isso se compara a 28% três semanas antes. O diretor da OMS Michael Ryan buscou tranquilizar o cenário internacional ao apresentar a taxa de reprodução do vírus.
“Tivemos uma R0 (taxa de reprodução do vírus) muito superior a 1,5 em diferentes momentos da pandemia e conseguimos controlá-la. Portanto, essa situação não está, neste sentido, fora de controle”, declarou Michael Ryan.
As medidas de restrição de deslocamento em relação ao Reino Unido adotadas outros países e o isolamento durante o natal em Londres foram aprovadas pelo diretor da OMS. “As medidas atuais são boas. Devemos continuar fazendo o que temos feito até agora”, declarou em entrevista coletiva.
As mutações em vírus são normais, mas é preciso observar se as alterações acarretam em prejuízos para a saúde humana. A OMS afirmou que não há comprovação científica que a nova mutação do coronavírus seja mais nociva.
“O Reino Unido relatou que esta nova variante é transmitida com mais facilidade, mas não há evidências até o momento de que seja mais provável que cause doença grave ou mortalidade”, explicou Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS.
É possível que um vírus parecido tenha circulado no Brasil em abril, assim como na Austrália e nos EUA meses depois. A Itália identificou o primeiro caso de infecção pela nova cepa do vírus no domingo (21). A princípio, as vacinas desenvolvidas para o combate à Covid-19 devem ser eficazes contra a nova variante.
Com informações de G1