As tentativas pela ditadura continuam

Frustrado nas tentativas anteriores, agora Bolsonaro muda de tática, quer eleger um pau mandado na Câmara dos Deputados.

Congresso Nacional: turbulência política pode dominar o debate - Reprodução da internet

Pode-se afirmar que um país é democrático se houver liberdade de ação independente e harmoniosa dos três poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário.

Os deputados e senadores que formam o Congresso Nacional são eleitos, principalmente, para elaborar as leis e fiscalizar o Executivo. O Judiciário para garantir o cumprimento dessas leis e da Constituição.

Infelizmente Bolsonaro, mesmo sendo deputado por vários mandatos, ao que parece, não aprendeu nada disso. Desde os primeiros dias do seu mandato entrou em rota de colisão com o Congresso e a Suprema Corte, o STF.

Bolsonaro querendo governar sozinho, só no primeiro ano de governo emitiu 536 decretos. Bem mais que FHC, Lula e Dilma juntos, em mesmo período.

As inúmeras declarações e atos insuflados e apoiados por Bolsonaro, inclusive articulação aberta com setores militares para fechamento do STF e do Congresso, deixam claro que a intenção do presidente é de instalar no Brasil um regime de ditadura.

Frustrado nas tentativas anteriores, agora Bolsonaro muda de tática, quer eleger um pau mandado na Câmara dos Deputados. Seu preferido é Arthur Lira, líder do Centrão, mas sentindo dificuldades, articula outros nomes.

Em mais um ato antidemocrático, no domingo (6), seus apoiadores, em frente ao Congresso, bradaram contra a reeleição de Rodrigo Maia, atual presidente. Talvez se sentindo pressionados, a maioria dos ministros do STF votou favorável a não reeleição de Maia. Nesta peleja Bolsonaro ganhou o 1º round.

Ocorre que, historicamente, salvo raras exceções, quando um presidente teve domínio sobre o Congresso, este se aniquilou, perdendo seu papel de fiscalizar e evitar ações contrárias aos interesses populares e do país. Mesmo em governos tidos como populares, foram utilizados métodos como Mensalão. Neste se utilizou a compra descarada do Centrão, sob liberação de emendas milionárias.

Bolsonaro, que acaba de sair derrotado nas eleições municipais – a grande maioria dos candidatados à prefeito e vereadores que tiveram seu apoio não conseguiram se eleger – somado a resistência correta da maioria dos deputados em não se submeter aos ditames do Executivo, provavelmente o aspirante à ditador deverá sofrer nova derrota.

Bolsonaro, ao invés de buscar a união dos partidos, dos políticos, das entidades representativas da sociedade, para enfrentar o grave momento por que passa o Brasil, envolto em grave crise econômica, com quase 15 milhões de desempregados, alta violenta dos alimentos, e ainda vitimado por arrasadora pandemia que já matou mais de 175 mil e infectou mais de 6 milhões de brasileiros, só pensa em reeleição.

Pior são os métodos que o presidente aloprado escolhe, ao invés do diálogo, a truculência, ações antidemocráticas, com objetivos sabidamente de interesse próprio, não para solucionar os problemas do povo e do pais, mas para se locupletar como um tirano tupiniquim. Infelizmente a maioria dos eleitores, manipulados pela grande mídia controlada pelas elites, junto com setores do judiciário, da operação Lava Jato, em conluio com agentes americanos, sob o comando de Trump, levaram ao poder um capacho que infelicita o povo e causa graves prejuízos à nação.

As opiniões expostas neste artigo não refletem necessariamente a opinião do Portal Vermelho

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