Em editorial, Estadão bate forte em Guedes: “Sem rumo”
Para o jornal, “planejamento é algo estranho ao ministro”, enquanto “credibilidade é uma palavra muito longa para seu chefe”.
Publicado 25/11/2020 13:28 | Editado 25/11/2020 13:31
O jornal O Estado de S.Paulo publicou, nesta quarta-feira (25), editorial em que faz críticas pesadas ao ministro da Economia, Paulo Guedes, e demonstra ceticismo quanto à capacidade do Posto Ipiranga de Jair Bolsonaro de tirar o país da crise econômica. “O ministro da Economia, Paulo Guedes, tem uma vaga ideia de onde está, ignora para onde vai e desconhece, portanto, como chegar lá”, diz logo nas linhas iniciais o editorial, intitulado “Um ministro sem rumo”.
Para o Estadão, “planejamento é algo estranho ao ministro”, enquanto “credibilidade é uma palavra muito longa para seu chefe”.
O editorial é um artigo que expressa a opinião dos dirigentes do jornal. Já há algum tempo, o Estado de S.Paulo vem publicando peças críticas a Bolsonaro. O fato de a inabilidade e as promessas vazias de Guedes se tornarem alvo sinaliza que o empresariado, apoiador de primeira hora do ministro, está perdendo a paciência.
O jornal lembra a promessa recente de Guedes de “jogar no ataque” nos próximos dois anos, prometendo “reformas, privatizações, prosperidade e abertura comercial”. Destaca que o ministro não entregou o que prometeu e questiona que razão há para acreditar que agora será diferente.
“Sem surpresa, o ministro continua reciclando as promessas, jogando-as para a frente e nunca explicando como vai cumpri-las”, afirma. O texto também destaca a cegueira deliberada de Paulo Guedes em relação à aproximação da segunda onda da pandemia da Covid-19.
Questiona ainda como Guedes promoverá abertura comercial diante da forte resistência de países da Europa à aprovar o acordo entre União Europeia e Mercosul diante do desmonte ambiental promovido pelo governo Bolsonaro. “Essa resistência tem sido alimentada pela política antiecológica do governo brasileiro, jamais criticada por Paulo Guedes”, diz o texto.
“Enfim, para jogar no ataque, o governo precisaria, em primeiro lugar, de um roteiro para 2021. Mas nem o Orçamento do próximo ano está definido. Ficará também para mais tarde, talvez para 2022?”, ironiza o jornal.