Organização europeia acusa Trump de abuso de poder nas eleições

Kremlin critica a falta de clareza e os impactos negativos na economia mundial, e chefe da diplomacia francesa afirma confiar nas instituições americanas

O pedido de Donald Trump para interrupção da apuração dos votos enviados por correio em estados-chave teve repercussão negativa na Europa. A Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) acusou Donald Trump de “abuso de poder” ao tumultuar a apuração da eleição de 3 de novembro. O Kremlin também criticou a falta de clareza, que pode afetar a economia global após as eleições. A França, por sua vez, ressaltou a confiança nas instituições americanas.

O coordenador da missão de vigilância eleitoral da Osce, Michael Georg Link, disse em entrevista nesta quinta (05) que “não houve qualquer manipulação” e que o pedido de Trump para interromper a contagem dos votos enviados pelo correio foi uma “quebra de paradigma” e um “evidente abuso de poder”.

Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, mostrou preocupação com a “falta de clareza na economia mais forte do mundo” e que o impacto negativo vai depender do tempo necessário para resolver a questão.

Em entrevista à rádio Europe 1, o chefe da diplomacia francesa, Jean-Yves Le Drian, prevê uma “nova relação transatlântica” entre Estados Unidos e a União Europeia depois das eleições, independente do resultado. Em relação à polêmica envolvendo o pedido de Trump, Le Drian comentou que tem “fé nas instituições dos EUA validando os resultados da eleição”.

Os principais pontos no documento da missão de vigilância eleitoral da OSCE são os ataques do candidato do partido Republicano ao processo eleitoral. Os comentários hostis de Trump geraram uma preocupação com a intimidação de eleitores, além do temor de uma transição de poder conturbada, caso ocorra. A judicialização das eleições também foi mencionadas como uma possível interferência negativa.

A campanha de Trump já anunciou ações judiciais para interromper a apuração em Pensilvânia e Geórgia, onde a disputa está ficando mais acirrada, e para recontar os votos no Wisconsin, estado em que Joe Biden ficou a frente por apenas 0,6 ponto percentual de diferença.

Com informações de O Globo

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