Pinacoteca expõe pela primeira vez produção indígena contemporânea
A exposição Véxoa: Nós Sabemos entra em cartaz no dia 31 de outubro na Pinacoteca de São Paulo. É a primeira vez que a instituição realiza uma mostra dedicada à arte indígena contemporânea
Publicado 30/10/2020 19:13
Pela primeira vez, a partir de 31 de outubro, a Pinacoteca de São Paulo realiza uma exposição dedicada à produção indígena contemporânea. Com a curadoria da pesquisadora indígena Naine Terena, Véxoa: Nós Sabemos apresenta fotografias, vídeos, pinturas, esculturas, objetos, instalações de 23 artistas e coletivos de diferentes regiões do país.
O diretor-geral do Museu, Jochen Volz, pontuou a dedicação da Pinacoteca às artes visuais brasileiras e recordou que apenas em 2019 obras de artistas indígenas foram incorporadas no acervo. Para o gestor, “é fruto de um diálogo ativo durante os últimos anos entre o museu e diversos atores da arte contemporânea de origem indígena brasileira, colocando em debate a história da arte que o museu pretende contar e as que permaneceram invisíveis”.
As obras citadas pelo diretor-geral do Museu no ano passado fazem parte do acervo da instituição que também será inaugurado no dia 31 de outubro. Estão entre elas: Feitiço para salvar a Raposa Serra do Sol, de Jaider Esbell, e Voyeurs, Menu, Luto, Vitrine; O antropólogo moderno já nasceu antigo; e Enfim, Civilização, de Denilson Baniwa.
Exposição
Véxoa: Nós sabemos ocupa as três novas salas para exposições temporárias, localizadas no segundo andar da Pina Luz. Além da exposição em si, cerimônias e outras atividades também fazem parte da mostra. Jaider Esbell iniciará os trabalhos com uma ativação na exposição. As mulheres Terena, de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, irão entoar os seus cantos lúdicos e ritualísticos. A presença dos Praiá, materialização dos encantados do povo Pankararu (comunidade que reside na grande São Paulo), também está confirmada. As datas dessas ações serão divulgadas posteriormente.
A exposição Véxoa: Nós sabemos faz parte de um projeto de pesquisa chamado OPY, que é uma colaboração entre a Pinacoteca, a Casa do Povo e a aldeia Tekoa Kalipety – um museu do Estado, um centro cultural independente e uma comunidade Guarani Mbya perto do bairro da Barragem no sul da capital. OPY recebeu o Prêmio Sotheby’s 2019, um reconhecimento da excelência da proposta curatorial e recebendo um apoio financeiro para realizar a exposição, a programação pública e a pesquisa desenvolvida pela Tekoa Kalipety.
Com informações de Pinacoteca de São Paulo