Morre, de Covid-19, aliado de Bolsonaro que defendia cloroquina
Um dos mais antigos políticos da bancada evangélica e aliado de Bolsonaro, Arolde de Oliveira chamava a Covid de “vírus chinês” e classificava isolamento como “alarmismo”
Publicado 22/10/2020 00:15
O senador Arolde de Oliveira (PSD-RJ) morreu no Rio de Janeiro na noite desta quarta-feira (21), aos 83 anos. O político estava internado desde setembro no Hospital Samaritano, em Botafogo, na Zona Sul, com Covid-19. Evangélico, da ala conservadora, era um dos aliados de Bolsonaro no Senado Federal.
Arolde chegou a se curar do vírus, mas permaneceu internado – até vir a falecer por complicações respiratórias derivadas da doença.
Em março, o Senador criticou o Ministro do Supremo Luís Roberto Barroso ao dizer que achava “precipitada” a comparação da situação do Brasil com a Itália. “Tudo depende do perfil etário da população, da presteza com que foram tomadas as medidas e de quais medidas.”
No dia 10 de abril, ele endossou o coro ao Presidente Jair Bolsonaro e afirmou que era favorável o uso da hidroxicloroquina no início dos tratamentos contra a doença, com base na opinião de Bolsonaro. No dia 31 de março, o s`enador, compartilhou uma mensagem de um blogueiro que menosprezava a gravidade da pandemia onde criticava o fato da mídia reportar a quantidade de óbitos pela doença pois, segundo a mensagem compartilhada por Arolde, “ficaríamos paranóicos, sem sair de casa” e o intuito seria, ainda segundo a publicação, “evitar histeria excessiva”.
De acordo com comunicado publicado no perfil do senador no Twitter, como consequência da Covid Oliveira teve falência dos órgãos (veja abaixo a mensagem). “Comunicamos que nesta noite (dia 21 de outubro) o Senhor Jesus recolheu para si nosso amado irmão, Senador Arolde de Oliveira. Falecido vítima de Covid e como consequência a falência dos órgãos. A família agradece o carinho e orações. Mais informações à posteriori.”
O senador era dono do grupo de mídia evangélica MK, que tem como clientes a deputada Flordelis (PSD-RJ) e o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ). O grupo tem entre seus veículos o Pleno News, portal evangélico de notícias sensacionalistas e de apoio ao governo.
Arolde foi deputado federal por nove mandatos consecutivos. Elegeu-se senador pela primeira vez em 2018, vencendo nomes tradicionais do estado do Rio, como César Maia (DEM) e Lindbergh Farias (PT).
Ele defendia a flexibilização do Estatuto do Desarmamento, a redução da maioridade penal, a redução do número de parlamentares e posições contra a legalização do aborto e das drogas.
No lugar de Oliveira, deve assumir o suplente Carlos Francisco Portinho (PSD-RJ), advogado fluminense.