Inflação pelo IPCA em setembro tem maior aceleração desde 2003
As maiores variações foram registradas para o óleo de soja, que subiu 27,54%, e o arroz, que aumentou 17,98%. No ano, esses produtos acumulam alta de 51,3% e 40,69%, respectivamente.
Publicado 09/10/2020 13:33 | Editado 09/10/2020 19:29
A inflação medida em setembro pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) subiu 0,64%, acelerando 0,4 percentual na comparação com agosto, quando houve variação positiva de 0,24%. É a maior inflação para um mês de setembro desde 2003, quando o IPCA registrou variação positiva de 0,78%.
Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (9) pelo IBGE. O principal responsável pela alta do índice foi a média de preços do grupo alimentação e bebidas, que aumentou 2,28%. Dentro desse grupo, a aceleração foi puxada pelos alimentos para consumo em domicílio, que subiram 2,89%.
As maiores variações foram registradas para o óleo de soja (27,54%) e arroz (17,98%). No ano, esses dois itens acumulam alta de 51,3% e 40,69%, respectivamente.
Os preços de outros alimentos, como o tomate (11,72%), o leite longa vida (6,01%) e as carnes (4,53%) também tiveram elevações significativas. No lado das quedas, diminuíram os preços da cebola (-11,80%), batata-inglesa (-6,30%), alho (-4,54%) e frutas (-1,59%).
A alimentação fora do domicílio, que havia caído 0,11% em agosto, agora também está mais cara. Subiu 0,82% em setembro, puxada pelos preços do lanche (1,12%) e da refeição (0,66%).
Artigos de residência, transportes e habitação mais caros
O custo de vida aumentou para os brasileiros em outros setores além de alimentação. O grupo artigos de residência foi responsável pela segunda maior alta de setembro, de 1%, principalmente devido a TV, som e informática, que ficaram 1,99% mais caros, e móveis, que subiram 1,1%.
Os preços dos transportes (0,70%) subiram pelo quarto mês seguido. A gasolina, com alta de 3,22% em agosto, subiu 1,95% em setembro. Os preços do óleo diesel (2,47%) e do etanol (2,21%) também subiram, enquanto os do gás veicular caíram 3,16%.Outro destaque negativo foram as passagens aéreas, com alta (6,39%) após quatro meses consecutivos de variações negativas.
No grupo habitação (alta de 0,37% em setembro), os preços do tijolo subiram, em média, 4,67% e já acumulam alta de 22,32% no ano. Os preços do gás de botijão aumentaram 1,61%.
No ano, o IPCA acumula alta de 1,34% e, em 12 meses, de 3,14%, acima dos 2,44% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Calculado pelo IBGE desde 1980, o índice refere-se a famílias com rendimento entre 1 e 40 salários mínimos.