Corrida para a Prefeitura de Belo Horizonte dispara sem favoritismo

Disputa pela prefeitura da capital mineira terá 16 candidatos

Proibição de coligações acirrou a disputa pela pela Prefeitura de Belo Horizonte - Fotos de Aloísio Morais

Aloísio Morais

Após a definição dos nomes e partidos que vão concorrer à Prefeitura de Belo Horizonte. a disputa mostra um quadro bem indefinido no momento, já que não aponta para o favoritismo de qualquer candidato, incluindo aí o prefeito Alexandre Kalil (PSD). Durante algum tempo ele foi apontado como franco favorito, devido a seu pulso firme em defesa das normas adotadas no combate ao coronavírus, contrariando vários interesses, sobretudo dos comerciantes bolsonaristas, mas, agora, o entusiasmo arrefeceu, após a reabertura do comércio e de várias atividades na cidade.
O quadro está confuso sobretudo devido à proibição de coligações imposta pelas mudanças nas regras eleitorais. Com isso, a direita, por exemplo, está pulverizada, dividida entre candidatos de nove partidos, o que enfraquece Kalil de certa forma e favorece as candidaturas de esquerda, diante de uma conjuntura negativa com as trapalhadas e os rumos do governo antipopular de Jair Bolsonaro, que obteve surpreendentes 65% dos votos na capital mineira em 2018.
“É bom lembrar que o governador Romeu Zema, por exemplo, estava lá embaixo nas pesquisas e acabou eleito”, lembra o vereador Gilson Reis, do PCdoB, que disputa a reeleição à Câmara Municipal. Zema disparou nos últimos cinco dias de campanha ao aderir à candidatura Bolsonaro. Fenômeno semelhante aconteceu com o médico Célio de Castro em 1996, quando concorreu à sucessão municipal pelo PSB enfrentando candidatos como Virgílio Guimarães, do PT, e o historiador tucano Amílcar Martins. Embora aparecesse entre os últimos candidatos na disputa nas pesquisas eleitorais do início da campanha, Célio acabou eleito ao obter 68,57% dos votos no segundo turno contra o candidato do PSDB.


Portanto, o quadro eleitoral mostra uma tremenda interrogação e a corrida da busca por votos pode surpreender com as candidaturas do campo da esquerda postas, como as da deputada federal Áurea Carolina, do Psol, o ex-ministro de Direitos Humanos Nilmário Miranda, do PT, ou do ex-deputado federal e ex-secretário-executivo do Ministério do Esporte Wadson Ribeiro, do PCdoB.