‘Contra o Brasil’: deputado rebatiza Pró-Brasil de Bolsonaro
De olho na reeleição em 2022, Bolsonaro quer injetar recursos em projetos que deem visibilidade à sua gestão, a despeito da Educação
Publicado 17/09/2020 15:58
Vice-líder do PCdoB, deputado federal Márcio Jerry (MA) reagiu nesta quinta-feira (17) à intenção do governo de Jair Bolsonaro de promover um corte bilionário em despesas da Educação, Agricultura e em programas sociais – que incluem atendimento a crianças de até 3 anos – para turbinar o Plano Pró-Brasil. Rebatizando o plano de ‘Contra o Brasil’, o parlamentar afirmou que este é mais um crime contra o país.
“Pró-Brasil é uma ova. Plano que retira dinheiro da educação não pode ser chamado jamais de Pró-Brasil. Ao contrário, é plano ‘Contra o Brasil’. Aniquila o Brasil. A maior obra é a educação. Retirar recursos para obras é impedir que se erga a principal obra…a educação! Estupidez monumental, mais um acinte perpetrado pelo governo. Bolsonaro segue agredindo o Brasil”, declarou o deputado.
De olho na reeleição em 2022, Bolsonaro tem exigido sacrifícios para injetar recursos em projetos que deem visibilidade à sua gestão. O presidente tem percorrido o Brasil para inaugurar obras e tentar impulsionar ainda mais sua popularidade, a reboque do impulso dado pelo pagamento do auxílio emergencial.
Os alvos da tesourada da vez foram definidos em reunião da Junta de Execução Orçamentária (JEO). A maior delas, de R$ 1,57 bilhão, deve impactar o Ministério da Educação, onde apenas a ação de “desenvolvimento da educação básica” pode perder 80% dos seus recursos ainda disponíveis. A informação foi divulgada nesta quinta pelo jornal Estadão.
Orçamento de Bolsonaro
De acordo com o diário, até o envio do projeto que formalizará o pedido de remanejamento orçamentário, a JEO poderá rever as decisões de cortes. Por isso, os ministérios atingidos lançaram uma verdadeira ofensiva para tentar se proteger e uma nova reunião da comissão deve analisar os pedidos de reconsideração.
A demora, por outro lado, tem gerado críticas nas pastas que serão beneficiadas com o dinheiro. Técnicos que trabalham na elaboração do projeto argumentam que há uma série de detalhes operacionais necessários antes de fechar a proposta para envio ao Congresso Nacional.