O valentão Bolsonaro está de volta, destaca a Semana Vermelha

A Semana Vermelha (23 a 29/08) destaca que a imagem Bolsonaro “paz e amor” durou pouco e o presidente voltou a exibir seu perfil de brigão. “A vontade que eu tenho é de encher sua boca de porrada. Seu safado!”, respondeu ao repórter de O Globo ao ser questionado sobre os depósitos de Fabrício Queiroz feito na conta da primeira-dama Michele Bolsonaro.

Foto: Flickrs

A imagem “calma” de Bolsonaro não durou muito e nesta semana ele voltou a exibir seu perfil de brigão de bar de sempre, ameaçando um repórter que fez uma pergunta que ele achou incômoda: “A vontade que eu tenho é de encher sua boca de porrada. Seu safado!” Ao mesmo tempo, anunciou – no dia 25 – uma maquiagem do programa Minh Casa Minha Vida, ao qual deu um nome palatável à direita – Casa Verde e Amarela – e prejudica muito o povo: ao contrário do Minha Casa Minha Vida, traz duras condições financeiras, juros mais altos, e deixa de fora a população de renda mais baixa. É a cara de Bolsonaro, que aparece também em outras medidas do governo – como o “presente” de 325 bilhões de reais aos banqueiros. Na contramão, houve vitórias a registrar. O enterro da “lei da mordaça” pelo STF, e a aprovação, pelo Senado, do Fundeb, que passa a valer já em 2021 e foi tornado permanente. A nota triste da semana foi a partida do escritor, intelectual e jurista maranhense Sálvio Dino, pai do governador Flávio Dino – vítima da covid-19. Ele se foi mas sua memória permanece entre nós!

Casa Verde e Amarela: uma máscara para Bolsonaro – Bolsonaro tenta uma máscara e muda, para pior o “Minha Casa, Minha Vida”, que mantém a imagem de Lula e Dilma. O capitão-presidente trocou por outro progrma, o o “Casa Verde e Amarela”, a máscara ruim que disfarça sua cara, e prejudica o povo de menor renda; famílias com renda mensal até R$ 2 mil estarão sujeitas a taxa de juros a partir de 4,25% anual. Eles formam a  parte da população onde o déficit habitacional é maior, mas ficam do “Casa Verde e Amarela”, que Jair Bolsonaro instituiu por meio de Medida Provisória, como anunciou na terça-feira (25).

Bolsonaro, o brigão de bar: “te quebro a cara” – No domingo (23), Bolsonaro ameaçou diretamente um repórter do jornal O Globo que lhe perguntou sobre os depósitos em cheque feitos pelo ex-assessor Fabrício Queiroz na conta da primeira-dama Michelle Bolsonaro. “A vontade que eu tenho é de encher sua boca de porrada. Seu safado!”, ameaçou. Isso são modos, Sr. capitão?

Vitória da democracia e da educação: STF acaba com “a lei da mordaça” – Na sexta-feira (21), o STF enterrou a “lei da mordaça”, pela qual os professores não poderiam praticar “doutrinação política e ideológica”, como falsamente diz a direita, que quer colocar aquela mordaça no ensino. A decisão do STF defende a democracia e a liberdade de ensino, pesquisa e pensamento, garantidas pela Constituição. Defende também a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), se baseia na Constituição. Vitória da democracia e da educação para formar cidadãos livres, contra o obscurantismo.

Vitória do povo e da educação: Senado aprova e o Fundeb se torna permanente – Por unanimidade, o Senado aprovou na terça-feira (25) a PEC 26/2020 e tornou permanente o Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica). Foram 79 votos a favor. Bolsonaro tentou redirecionar recursos para projeto de assistência social, mas foi derrotado. Perdeu também no prazo – queria que entrasse em vigor em 2022, e não em 2021, como ficou aprovado. Vitória da democracia e da educação: mais recursos para a educação básica no país.

Começa a cair a máscara de Sérgio Moro – O STF anula sentença de Sergio Moro por “quebra de imparcialidade”; ele participou da produção de provas durante a fase de investigação, prática que é proibida para garantir a isenção daquele que julga. A decisão foi do STF, na terça-feira (25), que anulou a sentença do ex-juiz Sergio Moro no caso Banestado – esquema de corrupção ocorrido no Banco do Estado do Paraná, na década de 1990. Para o tribunal, houve “quebra de imparcialidade” na decisão de Moro.

Um governo que não se entende e bate cabeças em público – Despreparado, Governo Bolsonaro bate cabeça na área do meio ambiente – o ministro do Meio Ambiente, anunciou a suspensão de operações de proteção das florestas, e o vice-presidente, Hamilton Mourão o desmente e o chama de “precipitado”, e diz que os cortes não ocorrerão. O governo havia anunciado, mas recuou, de bloquear R$ 60 milhões de recursos do Ibama e do ICMBio.

Racismo, EUA – 57 anos depois milhares se manifestam em Washington– EUA: Milhares se reúnem em Washington em marcha contra o racismo – Data marca aniversário da histórica marcha pelos direitos civis em 1963, em Washington (EUA); familiares de Jacob Blake e George Floyd participaram do ato. Milhares de pessoas se reuniram na sexta-feira (28).

O “presente” de 325 vilhões de reais, de Guedes para os bancos – Guedes vai usar R$ 325 bi de lucro das reservas para ajudar bancos – O Conselho Monetário Nacional autorizou, na quinta-feira (27), o Banco Central a repassar 325 bilhões de reais para o Tesouro Nacional – é o resultado do lucro com operações cambiais. O dinheiro resulta de lucro do Banco Central com operações cambiais, que ficou em torno de 470 bilhões de reais, e só poderia  ser usados para pagamento da Dívida Pública Mobiliária Interna, isto é, o endividamento do governo feito em reais. A medida de Paulo Guedes é uma verdadeira doação aos bancos, que ganham duas vezes com a transferência dos recursos, dizem os economistas.

O direitista Witzel é afastado do governo do RJ, acusado de corrupção – Witzel e Bolsonaro são farinha do mesmo saco, diz Jandira Feghali – A deputada cobrou resposta rápidas sobre as denúncias de corrupção e disse que não adianta Bolsonaro tentar se distanciar do caso. “A briga deles não foi por questões éticas, mas porque Witzel queria ser candidato a presidente”. Wilson Witzel foi afastado do governo do Rio de Janeiro pelo STJ. “E não adianta, Bolsonaro tentar se distanciar. A briga deles não foi por questões éticas, mas porque Witzel queria ser candidato a presidente. Eles são farinha do mesmo saco!”, criticou Jandira Feghali.

Adeus a Salvio Dino – A nota triste da semana foi a partida do ex-deputado estadual e ex-prefeito de João Lisboa (Maranhjão), Sálvio Dino, pai do governador Flávio Dino (PCdoB-MA), na segunda-feira (24). Ele tinha 88 anos de idade e foi vítima da Covid-19. Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito de São Luís, foi um democrata perseguido pela ditadura militar de 1964. Foi preso, e teve seus direitos políticos cassados, sob a acusação de ser comunista. Poeta, cronista, contista e historiador, ele foi membro da Academia Maranhense de Letras.

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