Greve dos Correios continua; trabalhadores aguardam julgamento no TST
Categoria realiza nova assembleia em 1º de setembro para avaliar o movimento
Publicado 28/08/2020 22:21 | Editado 29/08/2020 00:01
Os trabalhadores e trabalhadoras dos Correios seguem em greve e realizam no dia 1º de setembro nova assembleia para avaliar o movimento. Ronaldo Leite, diretor da Federação Interestadual dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios (Findect), fez um balanço positivo dos dez dias de greve da categoria. “O período trouxe boas novidades de mobilização e também mostrou que a direção dos Correios segue na sanha de retirada de direitos históricos”.
De acordo com Ronaldo – que é secretário de Formação e Cultura da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) –, a direção dos Correios recusou a mediação feita pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) que propôs nesta semana a prorrogação do Contrato Coletivo de Trabalho enquanto durar a pandemia.
“A direção se aproveita da pandemia para tirar 70 das 79 cláusulas do contrato. Mostra insensibilidade diante da pandemia e diante de milhares de mortes, incluindo de trabalhadores e trabalhadoras dos Correios”, afirmou Ronaldo. Com a recusa da empresa, o TST encaminhou a negociação para julgamento do plenário da Casa. A data deverá ser divulgada na próxima semana.
Segundo Ronaldo, a orientação é que a categoria se mantenha firme na greve e dialogue com diversos setores da sociedade brasileiras mostrando a realidade dos trabalhadores e trabalhadoras. “Os Correios contam para a imprensa uma estória fantasiosa, na tentativa de inventar que os trabalhadores de Correios seriam privilegiados”.
A retirada de 70 das 79 cláusulas do contrato coletivo impacta em redução drástica dos rendimentos dos trabalhadores e trabalhadoras, que mantêm um salário médio sem descontos de R$ 1.800. Ronaldo reiterou que a greve não é para novos benefícios – mas para manter os direitos que são garantidos pelo contrato coletivo de 2019 e que, segundo decisão anterior do TST, deveria durar até 2021.
Solidariedade à greve
A mobilização da categoria tem surtido efeito e a greve vem recebendo apoio da sociedade civil, parlamentares e de todas as centrais sindicais brasileiras. Nesta quinta-feira (27), foi realizado um ato com representante de todas as centrais, deputados, senadores e entidades representantes da sociedade civil.
“A greve é pela manutenção de direitos históricos e a causa tem recebido a solidariedade de parlamentares e de outras categorias como bancários, petroleiros, metalúrgicos, profissionais da saúde e da educação. Também recebemos apoio de trabalhadores e trabalhadoras dos correios de outros países como Argentina, Chile, Venezuela e Estados Unidos”, enumerou Ronaldo.
Fonte: Portal CTB