Saio da vida, entro para história
“Sofremos o mais devastador efeito de sentir as mazelas de nossa gente, que sofre desde o nosso descobrimento a mais brutal luta de classes”
Publicado 24/08/2020 12:18
Após 66 anos, as marcas indeléveis de Getúlio são objeto das mais acirradas disputas, como: a sanha primitiva dos derrotados da era Vargas e das viúvas do coronelismo, que inconformadas ainda lutam para desmontar o seu legado. Atualizada, contemporânea e presente, as balizas do Getulismo ainda são os tentáculos mais coevos que temos. Nós, trabalhistas, comungamos de um sentimento amplo que é nossa concepção de mundo, cuja a justiça social, a educação libertária e a soberania de nossa nação são os caminhos verdadeiros para nossa emancipação.
Sofremos o mais devastador efeito de sentir as mazelas de nossa gente, que sofre desde o nosso descobrimento a mais brutal luta de classes. Nós fomos concebidos para sermos escravos, e para termos nossas riquezas vilipendiadas.
Suportamos as chibatas e as brutalidades de ver prosperar uma classe dirigente apátrida, complexada, que utiliza os meios mais indecorosos para se alto – locupletar, à custa de nossa miséria, ignorância e assimilação de classe.
Getúlio Dornelles Vargas se fez chefe de uma revolução e venceu, derrotou a carcomida política café-com-leite, rompeu com o estigma de subdesenvolvimento, alforriou o trabalhador pátrio e enfrentou as mais perversas elites.
Caluniado, difamado e infamado, não se curvou, saiu da vida e entrou para história, dividiu nossa existência enquanto povo e edificou uma era.
Atualizada, contemporânea e presente, as balizas do Getulismo ainda são os tentáculos mais coevos que temos.
Nada mais humano e moderno em reconhecer o trabalhador como parte fundamental na disputa entre capital e trabalho, onde se deve equilibrar essa relação.
A CLT, agredida por um governos golpistas e ilegítimo, e por governos pseudo-fascistas e a concepção pendular de uma balança que sempre privilegiou o capital em detrimento do trabalho. As garantias impostas na era Vargas eram os instrumentos que a classe trabalhadora tinha para se defender.
A visão estratégica, moderna e futurística de Vargas garantiu ao Brasil um desenvolvimento até agora não superado no campo do minério, do aço, do petróleo, da afirmação soberana e dos direitos dos trabalhadores.
As digitais inapagáveis continuam a perturbar os que conceituam o Brasil como um país cujo destino é servir aos interesses impublicáveis de nossos colonizadores.
Getúlio transformou nossa sina de vira-latas, e colocou o Brasil como uma das nações mais promissoras socialmente e economicamente.
Pagou o preço caro de desafiar a ordem estabelecida.
Perseguido implacavelmente, as forças e os interesses contra o povo coordenaram-se e desencadearam-se contra ele. Era necessário, urgentemente, sufocar sua voz e seu legado.
As velhas alianças subterrâneas dos grupos internacionais e nossa classe dominante de parasitas revoltaram-se, irreversivelmente, contra Vargas.
Derrotadas, imaginaram curvá-lo, mas Getúlio em um ato extremo, mais uma vez, sobrepujou o entreguismo e as elites, e reassumiu sua condição elevada de maior estadista que esse país já produziu.
Doou sua vida por uma causa, e ofereceu sua morte para a luta, deu serenamente o passo no caminho estreito de entrar para história.