Coronavírus e Trump afundam os EUA: PIB despenca 32,9% no 2º trimestre
Maior contração norte-americana desde a Grande Depressão atinge fortemente os gastos das famílias e das empresas
Publicado 30/07/2020 11:57 | Editado 30/07/2020 12:50
A economia dos Estados Unidos sofreu uma contração recorde de 32,9% no segundo trimestre de 2020, segundo dados anualizados divulgados nesta quinta-feira (30) pelo escritório oficial de estatísticas do Departamento do Trabalho (BEA). No trimestre anterior, a queda havia ficado em 5%.
O Produto Interno Bruto (PIB) em dólares correntes foi estimado em US$ 19,41 trilhões – uma queda de 34,3% (ou US$ 2,15 trilhões). Foi a maior contração desde a Grande Depressão, no início do século passado. A queda também representa mais do triplo do recuo de 10% registrado no segundo trimestre de 1958 – a maior queda já vista desde então.
Os números negativos vêm em meio à uma onda crescente de casos de coronavírus no país, que ameaça prejudicar a recuperação econômica. A pandemia atingiu fortemente os gastos das famílias e das empresas. Os dados correspondem a uma primeira estimativa e passarão por duas revisões nos próximos meses.
De acordo com o escritório de estatísticas, a queda registrada no segundo trimestre é um reflexo das respostas caóticas do governo Donald Trump à pandemia do coronavírus. À medida que ordens de isolamento determinadas em março e abril começaram a ser flexibilizadas, a economia – em vez de se recuperar – sofreu um solavanco ainda maior.
O BEA alerta, no entanto, que os efeitos totais da pandemia não podem ser quantificados nas estimativas para o PIB, porque esses impactos estão geralmente são incorporados nos dados de origem e não podem ser identificados separadamente. A maior parte da queda registrada no trimestre é resultado dos efeitos sentidos pela economia em abril.
Naquele mês, grande parte da atividade econômica foi paralisada, com o fechamento de restaurantes, bares e indústrias para conter a Covid-19. Embora parte das atividades tenham sido retomadas em maio, a recuperação segue a passos lentos com o crescimento dos casos da doença.
Com informações do G1