Ricardo Castro: um baiano que nos enche de orgulho

Um artista dedicado a construir um mundo melhor através da música

Assisti recentemente uma entrevista do músico baiano Ricardo Castro e fiquei tocado.

Ricardo é baiano de Vitória da Conquista, terra de Glauber Rocha, uma das mais importantes cidades da Bahia.

Cedo despertou o interesse pela música, pelo piano, começando a estudar e tocar aos 5 anos de idade.

Talentosíssimo, construiu uma carreira internacional bastante sólida, vivendo há muitos anos na Suíça onde exerce sua profissão e brilha por todo mundo como músico e regente.

Somente pela carreira em si, Ricardo já é motivo de orgulho e admiração. Mas o que me impressiona de verdade é o fato dele ser portador de um profundo sentimento humanitário e manter vínculo fortíssimo com sua terra e sua gente, nutrindo preocupações sociais incomuns a gente que segue seu caminho erudição musical e convivência com ambientes requintados da Europa e outros países desenvolvidos.

Ricardo diz na entrevista que conheceu e se apaixonou pelo projeto El Sistema da Venezuela. Segundo ele, os venezuelanos investem mais em sua juventude que qualquer país europeu. E que, apesar da crise, é grande o esforço do governo venezuelano em garantir ao jovem daquele país uma sólida formação educacional e cultural (surpreendente, não?).

A convite do Governo do Estado da Bahia, em 2007, Ricardo criou o projeto NEOJIBA (Núcleos Estaduais de Orquestras Juvenis e Infantis da Bahia). O projeto visa melhorar a situação de jovens carentes baianos através da música erudita, resultando em criação de orquestras que se já se apresentaram em inúmeros palcos do Brasil e do mundo. A música sendo utilizada para a inclusão de jovens e desenvolvimento de uma forte consciência cidadã. Esse é um projeto vencedor, premiado, sustentável há mais de 10 anos e plenamente reconhecido pela sociedade baiana.

Mesmo distante, Ricardo Castro acompanha de perto o NEOJIBÁ, como professor e gestor, afirmando ser essa uma das atividades que dá sentido à sua vida.

Em tempos de distopia, de culto à barbárie e à ignorância, bom conhecer pessoas que significam a raça humana e que contribuem com construção de um mundo melhor.

Assista a uma apresentação d Orquestra Juvenil da Bahia em que interpreta a Abertura Cubana, de Gershwin, durante o concerto de encerramento da Turnê Europa 2018, na Philharmonie de Paris, em 17 de setembro de 2018.

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