Brasil tem terça-feira com 1300 mortes por covid-19
Brasil tem pior dia em 3 semanas, somando 74.133 desde o início da pandemia. Número foi impulsionado pelo alto índice no estado de São Paulo.
Publicado 14/07/2020 20:18 | Editado 14/07/2020 23:59
O Ministério da Saúde informou hoje que contabilizou nas últimas 24 horas 1.300 novas mortes por coronavírus em todo o país. Foi o dia com maior registro de óbitos em três semanas desde as 1.374 reportadas no dia 23 de junho.
Com isso, o total de vítimas chegou a 74.133 desde o início da pandemia. A alta taxa é impulsionada em parte pelo segundo maior número de registros de óbitos em São Paulo. Foram 417, o que eleva a 18.324 a soma no estado.
Ao passar a contabilizar hoje 41.857 novas infecções, o país se aproxima do marco de 2 milhões de brasileiros já contaminados e tem, atualmente, 1.926.824 casos confirmados.
Ainda segundo o ministério, o Brasil já teve 1.209.208 pacientes recuperados, e outros 643.483 seguem em acompanhamento atualmente.
No total, 9 estados mais o DF apresentaram alta de mortes: PR, RS, SC, MG, GO, MS, MT, RO, TO.
Em relação a segunda (13), Ceará deixou a lista de crescimento de mortes, e MT entrou na lista de altas — na ocasião, eram 9 estados mais o Distrito Federal.
Piores números em SP
Depois de alcançar três semanas consecutivas de queda no número de mortes, o Estado de São Paulo registrou nesta terça-feira, o segundo pior recorde de mortes por causa da doença em 24 horas desde que a pandemia teve início, em março, com 417 óbitos. Os dados apontam ainda que mais 12 mil pessoas contraíram o coronavírus, o terceiro pior índice de um dia para outro desde março, quando a crise começou. Os números são da Secretaria Estadual da Saúde.
Ao todo, o Estado chegou a 18.324 mortes e 386.607 casos confirmados da doença. A média móvel de mortes, que considera a média dos óbitos em sete dias, ficou em 353 registros. É um aumento de 44% em relação à média registrada na terça-feira anterior, dia 7, e de 46% em relação à média de 30 de junho. Em números gerais, o recorde de mortes no Estado em um único dia foi registrado em 23 de junho e foi de 434 óbitos.
As taxas de ocupação dos leitos de UTI são de 64,9% na Grande São Paulo e 66,2% no Estado. O número de pacientes internados é de 15.289, sendo 9.116 em enfermaria e 6.173 em unidades de terapia intensiva, conforme dados das 10h30 da manhã de hoje.
Semana mais letal
Segundo levantamento do consórcio da imprensa, o Brasil registrou 1.341 mortes nas últimas 24 horas, chegando ao total de 74.262 óbitos. Com isso, a média móvel de novas mortes no Brasil na última semana foi de 1.056 por dia, uma variação de 8% em relação aos óbitos registrados em 14 dias.
Com média de 1.056 mortes por dia, são os últimos sete dias mais letais.
Em casos confirmados foram 43.245 registrados no último dia, com o total de 1.931.204 de brasileiros infectados pelo novo coronavírus.
Imunidade de rebanho improvável
O diretor para doenças infecciosas da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), Marcos Espinal, apontou nesta terça-feira, 14, que não há evidências de que o Brasil ou alguma área do País tenha atingido a imunidade de rebanho contra a covid-19. O termo é usado pra definir uma situação de proteção coletiva, em que grande parte da população está imunizada e impede o surto de se alastrar.
“Para atingir essa imunidade, é estimado que entre 50% e 80% da população de determinado local precisa ter sido imunizada ou infectada pelo vírus”, responde Espinal quando questionado sobre a situação de Manaus, no Amazonas, uma das cidades mais afetadas em todo País. Ele citou um estudo que aponta que apenas 14% dos moradores da capital têm anticorpos contra o novo coronavírus. “Isso não é imunidade de rebanho”.
O diretor também alerta que buscar a proteção coletiva por meio de novas infecções é uma estratégia equivocada. “Não recomendamos. O custo em vidas humanas, na economia, na saúde e na sociedade seria altíssimo”. Outra justificativa para a não adoção dessa medida é a falta de conclusões sobre o tempo que dura a imunidade contra a covid-19, que pode ser bastante curto. Espinal apontou uma pesquisa da Kings College de Londres, segundo a qual os anticorpos capazes de destruir o vírus decaem após três meses do paciente adquirir a doença.