Publicado 06/07/2020 14:49 | Editado 06/07/2020 18:11
Vice-líder do PCdoB na Câmara, o deputado federal Márcio Jerry afirmou na quinta-feira (2) que defende a transformação do auxílio emergencial em programa permanente para garantir “renda mínima aos que mais precisam de proteção social” no Brasil.
O debate sobre a ampliação do benefício criado durante epidemia para ajudar no combate à pobreza vem ganhando força entre lideranças do setor progressista. Segundo dados do governo federal, mais de 50 milhões de brasileiros estão recebendo os R$ 600 por mês.
A extensão do auxílio também é tema de pesquisas acadêmicas. Economistas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), por exemplo, apresentaram estudo técnico detalhando que a prorrogação do benefício até o fim do ano pode devolver aos cofres da União cerca de 45% dos valores pagos às famílias, uma vez que o dinheiro acaba sendo utilizada na compra de bens e serviços, movimentando a economia e gerando arrecadação de impostos.
Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo a economista Débora Freire, uma das autoras do estudo da UFMG, defendeu que “muito se fala do custo de manter a política até o fim do ano, mas a gente precisa pensar no custo líquido. Sem o benefício, a atividade econômica vai cair mais ainda, e aí a gente tem impactos [negativos] nas contas públicas da mesma forma”.
Para a pesquisadora, além da extensão até dezembro, o ideal também seria tornar o programa permanente, com foco nos mais pobres, e financiado por alterações no sistema tributário.