Brasil tem 4a. semana achatando curva de casos de covid-19
Com 1.238 novas mortes, números parecem manter estabilidade sem crescimento exponencial, o que pode significar um início de achatamento da curva epidêmica
Publicado 18/06/2020 20:03 | Editado 19/06/2020 00:12
O Brasil teve 1.238 novas mortes registradas em função da covid-19 registrados nas últimas 24h, de acordo com atualização do Ministério da Saúde divulgada hoje (18). Com esses acréscimos às estatísticas, o país chegou a 47.748 falecimentos em função da pandemia do novo coronavírus.
O balanço da pasta contabilizou também 22.765 novos casos da doença, totalizando 978.142. Segundo admite o próprio governo, a curva epidêmica nacional começa a apresentar achatamento, conforme os casos se mantenham num mesmo patamar por várias semanas. Se a tendência permanecer nas próximas duas semanas, existe a possibilidade da curva começar a cair, a depender da manutenção de medidas protetivas pela população.
“Quando você olha a inclinação da curva epidemiológica por semana, dá a entender que nós estamos entrando em um platô, que a curva se encaminha para uma estabilidade. Precisamos confirmar se esta tendência permanece com o passar das duas próximas semanas epidemiológicas”, declarou o novo secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo de Medeiros, em entrevista no Palácio do Planalto.
Medeiros acrescentou que no caso da curva de novas mortes, também há uma tendência de estabilização. “Da última semana para cá, houve diminuição do número de novos óbitos. A gente precisa acompanhar os dados mas isso nos mostra uma tendência de diminuição de novos óbitos”, comentou o secretário.
Especialistas preferem analisar a curva epidêmica local de municípios e estados, em vez da nacional, cujas variáveis regionais são muito voláteis para se considerar o todo. As diferenças entre estados do Nordeste, onde há uma explosão de casos e mortes, comparada ao Centro-Oeste, estados em que a pandemia está chegando por último, acabam distorcendo a percepção da curva nacional.
Observe abaixo como avançou o número de casos semanalmente, com estabilidade de queda entre a 21a. e a 24a. semana:
A atualização diária traz um aumento de 2,6% no número de óbitos em relação a ontem, quando o total estava em 46.510. Já o acréscimo de casos confirmados marcou uma variação de 2,3% sobre o número de ontem, quando os dados do Ministério da Saúde registravam 955.377 pessoas infectadas.
Do total, 448.292 estão em observação, 482.102 foram recuperados e 2.982 mortes estão em investigação.
A taxa de letalidade (número de mortes pelo total de casos) ficou em 4,9%. A mortalidade (falecimentos por 100.000 habitantes) foi de 22,7. Já incidência (casos confirmados por 100.000 habitantes) ficou em 465,5.
Estados
Os estados com maior número de óbitos são São Paulo (11.846), Rio de Janeiro (8.412), Ceará (5.377), Pará (4.395) e Pernambuco (4.057). Ainda figuram entres os com altos índices de vítimas fatais em função da pandemia Amazonas (2.605), Maranhão (1.607), Bahia (1.263), Espírito Santo (1.217), Alagoas (831) e Paraíba (709).
Os estados com mais casos são São Paulo (192.628), Rio de Janeiro (87.317), Ceará (82.273), Pará (76.623) e Maranhão (66.091).
Boletim epidemiológico covid-19 – Ministério da Saúde
Comparação mundial
Segundo o Ministério da Saúde, o Brasil é o 2º colocado em número de mortes e de casos confirmados, atrás apenas dos Estados Unidos. Mas na incidência por milhão de habitantes, quando é considerada a população dos países, o Brasil cai para a 16ª posição. No ranking de mortalidade, quando o número de óbitos é avaliado proporcionalmente ao total de pessoas de cada nação, o Brasil fica na 10ªposição.
Hospitalizações
De acordo com o boletim epidemiológico apresentado pela equipe do Ministério da Saúde, as hospitalizações de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por covid-19 somaram até o momento 105.869, e ainda há outras 65.472 internações em investigação.
Dos hospitalizados por covid-19, 68% tinham mais de 50 anos. No recorte por gênero, 60.940 eram homens e 44.899 eram mulheres. Na distribuição por cor, 32.182 eram pardos, 29.243 eram brancos, 4.780 eram pretos, 1.002 eram amarelos e 286, indígenas.
Já nas mortes por SRAG por covid-19 (39.417), 71% tinham acima de 60 anos. No recorte de gênero, 23.180 eram homens e 16.223 eram mulheres. Na divisão por cor, as vítimas fatais eram em sua maioria pardos (13.862), seguidos por brancos (9.349), pretos (1.847), amarelos (410) e indígenas (145).
Consórcio de imprensa
Consórcio de veículos de imprensa divulgou 1.204 mortes por coronavírus em 24 horas, totalizando 47.869, segundo dados das secretarias estaduais de Saúde. São ainda 983.359 casos confirmados; eram 960.309 até a noite de quarta, ou seja, houve 23.050 novos casos.