Com 1,2 mil novas mortes, Brasil pode estar achatando curva epidêmica

Crescimento da taxa deixou de ser exponencial para ser cada vez menor a cada semana. OMS chama a atenção para essa estabilidade, embora observe com cautela flexibilização do isolamento social.

Semana a semana, números se mantém estáveis apontando para esperança de achatamento da curva epidêmica no Brasil.

O Brasil teve 1.269 novas mortes por covid-19 registradas nas últimas 24h, de acordo com atualização do Ministério da Saúde divulgada hoje (17). Com esses acréscimos às estatísticas, o país chegou a 46.510 falecimentos em função da pandemia do novo coronavírus. Desta forma, o país acumula dez vezes mais óbitos registrados do que a China, país onde houve o primeiro surto desta doença e onde não registra nenhum novo óbito há um mês.

O balanço da pasta contabilizou também 32.188 novos casos da doença, totalizando 955.377, podendo chegar a marca de 1 milhão de pessoas infectadas até o fim desta semana.

A atualização diária traz um aumento de 2,8% no número de óbitos em relação a ontem(16), quando o total estava em 45.241. Já o acréscimo de casos confirmados marcou uma variação de 3,4% sobre o número de ontem, quando os dados do Ministério da Saúde registravam 923.189 pessoas infectadas.

Do total de casos confirmados de covid-19 no Brasil, 445.393 pacientes estão em observação e 463.474 foram recuperados. Há ainda 4.033 mortes em investigação.

A taxa de letalidade (número de mortes pelo total de casos) ficou em 4,9%. A mortalidade (falecimentos por 100.000 habitantes) foi de 22,1. Já incidência (casos confirmados por 100.000 habitantes) ficou em 454,6.

Estabilização cautelosa

Desde meados de maio, ou quatro semanas, o país apresenta mais de mil mortes no período de 24 horas, revelando uma certa estabilidade no número. Se o crescimento continuasse exponencial, a essa altura já deveriam ter se multiplicado várias vezes, no entanto vem se mantendo há quase um mês, embora seja um contingente alto de mortos, ainda. Se for uma estabilidade consistente, deve começar a cair nas próximas semanas, se a população mantiver as estratégias de distanciamento social, uso de máscara e higienização constante das mãos.

Por esse motivo, nesta quarta-feira, a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou que a pandemia apresenta sinais de estabilização no Brasil, mas reforçou a necessidade de manter todas as precauções para evitar um novo crescimento. O diretor do programa de emergências da entidade, Michael Ryan, ressaltou  que o quadro da doença “ainda é muito severo” no País.

“A epidemia ainda é bastante grave no Brasil. Os profissionais de saúde, como dissemos antes, estão trabalhando extremamente e sob pressão para lidar com o número de casos que assistem diariamente”, disse Ryan. “Mas certamente o aumento não é tão exponencial como era anteriormente. Existem alguns sinais de que a situação está se estabilizando”, afirmou o diretor de emergências.

O diretor de emergências alertou que o número de casos pode voltar a crescer no Brasil: “Mas já vimos isso antes em epidemias em outros países. Você pode ver um sinal de estabilização em um dia ou dois e depois pode decolar novamente. Então, o que eu diria é que é um momento de extrema cautela no Brasil”, disse Ryan.

Ontem (16), algumas cidades chinesas fecharam escolas e impuseram restrições de viagem depois de um novo surto de Covid-19 em Pequim, a capital, que passou mais de 50 dias sem novos casos da doença.

O gráfico acima mostra a evolução por semana epidemiológica. Demorou 12 semanas de epidemia para acumular 18 óbitos. Na semana seguinte já eram 5 vezes mais mortos (96), na semana seguinte 318 (3x), que dobrou na semana seguinte (699). A partir da 16a. semana (começo da segunda quinzena de abril), passou a demorar mais de uma semana para dobrar. Observe aqui (1,37x/1,60x/1,43x/1,29x/1,27x), como a taxa de multiplicação vai caindo. Na 22a. semana epidêmica (final de maio), a taxa cai para 1,06x com um aumento semanal de 441 mortes, quando na última semana a diferença fora de 1.374 mortes. Na semana 23 (primeira semana de junho), a taxa de multiplicação cai novamente para 1,04x e na semana 24 (segunda semana de junho), cai novamente para 0,95x, ou seja, na semana anterior somaram-se 7.096 mortos e na seguinte 6.790.

Estamos na semana 25, ainda incompleta, em que a flexibilização do isolamento começa a ocorrer em quase todas as grandes capitais do país. Ou seja, mesmo com o número assustador de mais de 1.200 mortes por dia, o estudo do gráfico revela uma redução na taxa de crescimento, que se mantida, revelará um achatamento na curva epidêmica, embora especialistas prefiram trabalhar com curvas epidêmicas regionais, em vez de nacional.

Dados regionais

Os estados com maior número de óbitos são São Paulo (11.521), Rio de Janeiro (8.138), Ceará (5.282), Pará (4.350) e Pernambuco (4.009). Ainda figuram entre os com altos índices de vítimas fatais em função da pandemia Amazonas (2.579), Maranhão (1.570), Bahia (1.222), Espírito Santo (1.169), Alagoas (811) e Paraíba (696).

Os estados com mais casos confirmados de covid-19 são São Paulo (191.517), Rio de Janeiro (86.963), Ceará (84.967), Pará (74.192) e Maranhão (64.735).

Consórcio de veículos de imprensa

Os dados coletados pela imprensa diferem dos oficiais para menos, nesta quarta, depois de ter contabilizado mais que o governo, ontem. Isso mostra que as diferenças se equilibram a cada 24 horas. Segundo os dados da imprensa, o Brasil tem 1.209 mortes por coronavírus em 24 horas, totalizando 46.665.

Também contou 960.309 casos confirmados; eram 928.834 até a noite de terça, ou seja, houve 31.475 novos casos.

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