2,3 milhões de inscritos no Enem não têm computador para aulas online
A maioria dos estudantes é frequentadora de escolas públicas e vive em estados do Norte e do Nordeste do país
Publicado 16/05/2020 10:12 | Editado 16/05/2020 13:49

Há pelo menos um mês estudantes vêm fazendo um apelo ao Ministério da Educação para adiar o Enem. A prova, que é o segundo maior vestibular do mundo, segue marcada para acontecer em novembro, e muitos estudantes temem se prejudicar com isso, pela impossibilidade de estudar durante a pandemia.
As aulas a distância estão acontecendo, mas uma pesquisa da Casa Fluminense, que estuda a vida urbana nas periferias, mostrou que 2,3 milhões de estudantes não tem computador em casa, o que significa quase a metade dos inscritos.
A maioria dos estudantes é frequentadora de escolas públicas e vive em estados do Norte e do Nordeste do país. Alguns alunos utilizam o celular para estudar, e relatam dificuldades de leitura, além de ausência de wifi, falta de recursos para fazer recargas para ter dados e acessar a internet ou ainda ter que dividir o aparelho com outras pessoas da família.
Além de não poder estudar, muitos não poderão sequer realizar a prova, já que não há possibilidade de realizá-la presencialmente por causa da pandemia. Universidades também pedem pelo adiamento das provas, entendendo que nesse momento, submeter os alunos sem condições iguais de participação no Enem é reforçar o caráter elitista de entrar na universidade.
Fonte: Unisinos
As universidades federais deveriam reagir organizando excepcionalmente vestibulares unificados regionalizados. Por exemplo, um vestibular unificado relacionado à região Sudeste que reunisse as universidades do Rio, Minas e Espirito Santo, e que reservasse, digamos, 70 % das vagas para seus participantes, respeitando todos os critérios de cota do Enem, e tendo características parecidas, do ponto de vista de suas provas objetivas e redação. As datas de realização das provas seriam fixadas em função da saída do regime de isolamento social.