Publicado 22/04/2020 11:20 | Editado 22/04/2020 11:21
Neste 22 de abril, comemoramos os 150 anos do nascimento de Vladimir Ilitch Ulianov – mais conhecido como Lenin – o grande líder da Revolução Russa. Em sua homenagem, seguem alguns extratos do Poema “Vladimir Ilitch Lenin”, escrito pelo maior poeta russo – Vladimir Maiakowski –, no ano de 1924, sob o impacto de sua morte, ocorrida em 21 de janeiro daquele ano. A tradução foi feita diretamente do russo por Zoia Prestes – filha de Luiz Carlos Prestes e Maria Prestes –, em edição da Editora Anira Garibaldi e da Fundação Maurício Grabois (FMG).
“Vladimir Ilitch Lenin”
É hora
inicio
a história de Lenin (…)
é hora
porque uma tristeza brusca
virou uma dor
clara e consciente (…)
Não devemos nos derramar
em poças de lágrimas, –
Lenin
ainda
está mais vivo do que os vivos
É nosso saber –
nossa força e arma. (…)
Ele
nutria
pelo companheiro
um carinho humano.
Ele
se erguia
contra o inimigo
mais firme que ferro (…)
As revoluções aumentam
após explosões dos levantes. (…)
Estraçalhadas por terriers,
uivando e gemendo,
as sombras dos tataravós
comunardos de Paris
agora também
resmungam e
m parede parisiense: –
Ouçam, camaradas!
Vejam irmãos! (…)
Em um único punho
reúnam
a classe operária. (…)
Haverá
um líder
semelhante a nós –
mais simples que o pão,
mais direto que os trilhos. (…)
O socialismo é o objetivo.
O capitalismo é o inimigo.
Não é a vassoura
a arma é o fuzil.
Mil vezes
a mesma coisa
ele prega
no ouvido surdo
e amanhã
cada um erguerá
as mãos
que entenderam as duas.
Ontem foram quatro
hoje são quatrocentos.
Escondemo-nos
mas amanhã
vamos de peito aberto,
e esses quatrocentos
serão mil.
Com trabalhadores do mundo
levantaremos em rebelião (…)
Batia
em Lenin
a classe obscura
fluía
dele
para o esclarecimento,
e, envolto
na força e
nas ideias
das massas
com a classe
Lenin
cresceu.(…)
Aos cem milhões de camponeses O proletariado é guia. Lenin – É líder do proletariado. (…)
Quero
fazer brilhar novamente
a majestosíssima palavra
“Partido”.
Uma unidade!
quem dela precisa?! (…)
O Partido
é
um furacão único,
prensado de vozes
baixas e finas,
ele
rompe
os reforços do inimigo,
como
os tímpanos
no bombardeio. (…)
O Partido –
é uma mão de muitos dedos,
cerrada
num único
punho ameaçador. (…)
O Partido
é
um milhão de ombros
um a um
unidos estreitamente.
Elevaremos ao céu
as fileiras
do Partido,
apoiando
e levantando uns aos outros.
O Partido –
é a espinha dorsal da classe trabalhadora.
O Partido –
é a imortalidade de nossa causa. (…)
O cérebro da classe,
a causa da classe –
eis o que é o Partido.
O Partido e Lenin –
são irmãos gêmeos –
quem é
mais valioso do que a mãe-história?
Dizemos Lenin –
subentendemos –
Partido,
Dizemos Partido,
subentendemos –
Lenin. (…)
Vejo um dia de rebeliões novas.
A classe operária
se levantará.
Não é defesa –
é ataque. (…)
Lenin c
om um punhadinho de camaradas
levantou-se sobre o mundo
e nos ergueu
as idéias
mais claras
do que qualquer incêndio,
a voz
mais alta
do que as canhonadas. (…)
Basta!
Transformemos
a guerra dos povos
em guerra civil!
Basta
de destruições,
mortes e feridas,
as nações
não têm
culpa alguma.
Contra
a burguesia de todos os países
levantaremos
a bandeira
da guerra civil! (…) –
O povo rompeu
os grilhões tsaristas,
Rússia em tempestade,
Rússia em tormenta (…)
E novamente
o vento fresco,
forte
as ondas
da revolução
levantou em espuma (…)
“Lenin está conosco!
Viva Lenin!” –
Camaradas! (…)
Viva
o levante
pelo poder aos Sovietes! –
Pela primeira vez (…)
Levantou-se
como um negócio simples,
a palavra inalcançável –
“socialismo”. (…)
Levantou-se
a comuna de trabalhadores
do amanhã –
sem os burgueses,
sem os proletários,
sem escravos e senhores. (…)
vinte e cinco,
dia primeiro.
Com baionetas
agitam-se
os estrondos de relâmpagos,
os marinheiros
com bombas brincam
como se fossem bolas. (…)
Poder aos Sovietes!
Terra aos camponeses!
Paz aos Povos!
Pão aos famintos! (…)
“Paz às cabanas,
guerra, guerra,
guerra
aos palácios!”
(…) Vamos ensinar até mesmo
a toda cozinheira
a administrar o Estado! (…)
“Com coragem ao combate
Pelo poder dos Sovietes
E cada um há de morrer
Na luta por essa causa!” (…)
O golfo
indicado por Lenin
é profundo
e o ponto
de articulação-atracação
foi encontrado
E suavemente no mundo,
para a construção do dique,
entrou
o colosso das repúblicas Soviéticas.
E Lenin
em pessoa,
o ferro,
o tronco
carregou
para abrir
o caminho.
Com lâminas de aço
levantou
e mediu
as cooperativas
as bancas
e as empresas.
e novamente
Lenin
é o comandante (…)
Comuna –
cem anos,
o que lhe são dez dias?
Em frente (…)
nos moveremos
cem vezes mais lentos,
porém,
mil vezes mais resistentes e fortes. (…)
o proletariado – é vencedor,
E Lenin o organizador da vitória. (…)
entre os iguais
era o primeiríssimo (…)
Os países se levantam
um após o outro –
a mão de Ilitch
indicou certo:
Povos –
negro,
branco
e colorido – formam-se
sob a bandeira da Comintern. (…)
de repente
uma notícia terrível (…)
Faleceu o camarada Lenin! (…)
sobre as chaminés
do monstruoso arvoredo
as mãos
de milhões
de hastes inclinadas
de bandeira vermelha
a Praça Vermelha
sobe
levanta-se com arranque forte
Dessa bandeira
de cada dobra
novamente vivo
Lenin conclama:
– Proletários
formem-se
para a última batalha!
Escravos,
endireitem,
as colunas e os joelhos!
Exército dos proletários,
levante-se esguio!
Viva a revolução
radiante e veloz!
Essa
é a única
grande guerra
de todas
Que a história já viveu.