Publicado 21/04/2020 17:49 | Editado 21/04/2020 18:05
Rolava o ano de 1981. Algumas semanas antes da inauguração do Memorial JK no Eixo Monumental em Brasília, marcada para o dia 12 de setembro, retiraram os andaimes do pedestal que abrigaria a estátua do fundador. Alguns militares, que tinham medo dos comunistas se esconderem debaixo de suas camas, ficaram putos, vendo chifre em cabeça de cavalo. Diziam que a peça representava a foice da logo comunista. Imaginem, uma provocação diante do Forte Apache, o Quartel General do Exército, que fica ali perto.
Alguns achavam que o nhoque (expressão da jornalista Vera Manzolillo) que enfeita o topo do monumento representava a boina do Che Guevara.
Na época eu era correspondente do jornal Movimento. Liguei para o Oscar Niemeyer desde o Comitê de Imprensa da Câmara dos Deputados. O Oscar riu. Disse que o pessoal era muito criativo e tinha muita imaginação.
Pois o companheiro Fernando Tolentino, então repórter do Correio Braziliense, no dia do auge da polêmica, tinha saído pra reportar com o fotógrafo Francisco Gualberto. De repente, passando pelo Memorial, o Chico mandou o carro da reportagem parar para clicar a foto acima, com o operário levantando o martelo. Estava composta a logo comunista, foice e martelo, como imaginaram os gorilas. O Correio se recusou a publicar a foto. O Chico Gualberto presenteou-a ao Tolentino, que até hoje a tem na parede da sala de sua casa!