Brasil tem queda em ranking de liberdade imprensa pelo segundo ano

O país está em 107° lugar no ranking de 180 posições, atrás de Angola, Montenegro e Moçambique.

A chegada ao poder do presidente Jair Bolsonaro tensionou a relação do governo federal com a imprensa e contribuiu para o país caísse duas posições no ranking de liberdade de imprensa de 2020, da organização não-governamental (ONG) Repórteres sem Fronteiras.

O país está em 107° lugar no ranking de 180 posições, atrás de Angola, Montenegro e Moçambique. É o segundo ano consecutivo de queda. Em 2019, primeiro ano de governo de Bolsonaro, o Brasil, que até então ocupava a posição 102 na lista, caiu para 105.

Segundo análise da ONG, a queda “deve continuar , na medida em que o chefe do executivo segue incentivando ataques à jornalistas e meios de comunicação. O presidente promove sistematicamente um clima de ódio e de desconfiança em relação à imprensa”. A Repórteres Sem Fronteiras observa ainda que “diante da pandemia [da Covid-19], o governo federal redobrou os ataques, questionando quase que diariamente a cobertura da crise sanitária”.

O relatório da organização destaca algumas falas do presidente da República. “O povo saberá brevemente que foi enganado pela mídia”, afirmou o presidente Bolsonaro em entrevista à TV Record, no dia 22 de março. Dois dias depois, após qualificar o Covid-19 de “gripezinha”, acusou grande parte dos meios de comunicação de procurar espalhar a histeria no país.

A ONG lembra ainda que, em 28 de março, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, seguiu o exemplo de Bolsonaro, qualificando, durante uma entrevista, o trabalho de imprensa como “sórdido” e “tóxico” e convidando os brasileiros a ”desligar a televisão um pouco”. Ressalta também que Bolsonaro teve publicações censuradas pelo Twitter e pelo Facebook por violar as regras das plataformas ao espalhar desinformação sobre a pandemia no país.

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