Deputado diz que é “gravíssimo” boicote à compra de respiradores
“É um absurdo inaceitável que burocratas da Receita Federal sejam obrigados a perder tempo perseguindo salvar vidas”, disse Márcio Jerry (PCdoB)
Publicado 20/04/2020 18:42 | Editado 22/04/2020 18:51
O vice-líder do PCdoB, deputado federal Márcio Jerry (MA), classificou como “gravíssima” a tentativa de retaliação do governo de Jair Bolsonaro pela compra de 107 respiradores da China, por parte do Estado do Maranhão. Pedido foi feito para atender pacientes infectados pelo novo coronavírus.
Nesta segunda-feira (20), a Receita Federal afirmou que a operação feita pela gestão de Flávio Dino (PCdoB) foi ilegal e que por isso tomará as medidas legais cabíveis contra as pessoas envolvidas.
“É gravíssimo: governo de Jair Bolsonaro querer impedir que vidas sejam salvas no Maranhão. É um absurdo inaceitável que burocratas da Receita Federal sejam obrigados a perder tempo perseguindo salvar vidas”, disse o parlamentar em suas redes sociais.
Importação legal
Acusando a gestão federal de tentar boicotar iniciativa do governo maranhense, Jerry afirmou que respiradores foram importados de forma legal e que a tentativa de criminalização é uma clara sabotagem a quem está buscando realizar ações para o combate à doença, responsável por mais de 2,5 mil óbitos no país.
“O governo de Jair Bolsonaro tem sido negligente e irresponsável desde o início da pandemia e essa atitude contamina alguns subordinados que também agem para impedir ações em defesa da vida. Face da crueldade que marca alguns agentes nesse instante grave, em que a vida luta contra a morte no meio de uma pandemia. Se não querem ajudar, por favor não atrapalhem”, complementou.
107 respiradores
Após ter pedidos de ajuda recusados pelo governo federal, o Maranhão montou uma operação humanitária para conseguir transportar 107 respiradores e 200 mil máscaras, ao custo de R$ 6 milhões, como revelou a Folha de São Paulo no último dia 16 de abril.
A logística foi traçada depois respiradores serem reservados algumas vezes e atravessados por Alemanha, EUA e pelo próprio governo federal.
Fonte: Brasil 247