Covid-19: país precisa proteger mais vulneráveis, diz relatório
Relatório da FSB Inteligência analisa cenário e destaca necessidade de planos abrangentes e ação coordenada.
Publicado 12/03/2020 15:44 | Editado 12/03/2020 15:49

Um relatório com avaliação de cenário sobre o Covid-19, o coronavírus, divulgado pela FSB Inteligência, cita a necessidade de os países socorrerem principalmente as populações mais vulneráveis.
A situação do Covid-19 foi reconhecida como pandemia nesta quarta-feira (12) pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O relatório diz ainda que serão necessários planos abrangentes e ação coordenada para lidar com a doença no Brasil.
“Planos abrangentes precisam ser colocados em prática. E tudo de forma coordenada. A mudança de percepção por parte da OMS atende a apelos internacionais, inclusive do Brasil – um dos primeiros países a insistir no tema. Tedros Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, disse que reconhecer o estado de pandemia não significa que a situação esteja fora de controle e pediu cautela”, afirma o documento.
O relatório ressalta ainda que a classificação de pandemia não está relacionada à gravidade da doença, mas à disseminação. Segundo a FSB Inteligência, “é uma classificação utilizada quando uma epidemia se espalha, geograficamente, além das expectativas, com transmissão sustentada de pessoa para pessoa”.
Com a declaração de pandemia, prossegue o documento, as ações tomadas pela OMS e exigidas dos governos não devem mudar, mas ser incrementadas. “Pandemia representa um alarme ‘alto e claro’ para que todos os países tomem as medidas necessárias”.
A FSB Inteligência cita também a ida à Câmara do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, na terça-feira para discutir a situação com parlamentares. Destaca ainda os cuidados das empresas em face ao novo cenário.
“As empresas intensificaram os comunicados de ‘melhores práticas’ e redobraram os cuidados para proteger funcionários e rotinas. Ao longo do dia, a mídia e as redes sociais relataram casos de companhias que reforçaram recomendações de higiene pessoal, além de dar vazão a protocolos e dicas de etiquetas sociais recomendáveis para períodos como esse. Um dos temas do dia foi a prática de home office.”
O relatório diz também que o anúncio da OMS e o movimento dos mercados no Brasil e no mundo “acentuaram certo pessimismo na agenda da mídia”.
“Ainda que reportagens tenham destacado informações de utilidade pública, dado voz a agentes relevantes e credenciados, e recomendado serenidade e bom senso, no geral, as manchetes registraram um salto importante nas preocupações. A pauta incorporou ainda mais incertezas e transferiu para a seleção dos assuntos de maior impacto o mesmo viés. A indefinição sobre o que acontecerá amanhã e depois é o que, em resumo, orientou o interesse da maioria dos veículos.”
Por fim, o documento observa que as conversas no Twitter e no Facebook aceleraram após o anúncio da OMS. “O crescimento ocorreu ao longo da tarde, atingindo o ápice às 15h”.