Para se defender, Edu Bolsonaro ataca Jean Wyllys no Conselho de Ética

Na defesa do ex-parlamentar o vice-líder do PCdoB, deputado federal Márcio Jerry (MA) afirmou que perseguições são traço do regime de exceção atualmente vivido pelo país

No dia em que seria absolvido da representação por ataques dirigidos à colega de partido, Joice Hasselmann (PSL-SP), Eduardo Bolsonaro voltou a proferir ofensas na audiência do Conselho de Ética da Câmara, na tarde desta terça-feira (10).

Sem poupar nenhum de seus desafetos, o deputado federal citou a ex-namorada, a jornalista Patrícia Lélis; o deputado licenciado Jean Wyllys (PSOL); e até o suplente de Wyllys, David Miranda (PSOL-RJ), a quem se referiu como “o parceiro de Glenn Greenwald”.

Diante da Comissão, Eduardo afirmou desconhecer os perfis responsáveis pelas ofensas à ex-aliada e recordou a pena “branda” dada a Jean Wyllys no episódio da cusparada dirigida ao seu pai durante a votação do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.

“A pena que ele recebeu foi uma advertência e depois ainda saía batendo no peito… Mal esperou para tomar posse aqui e já foi lá ‘chorar as pitangas’ na Europa,  como um bom covarde que é.  Ao invés de ficar aqui para o debate, não, saiu, e deixou a vaga para o parceiro do Glenn Greenwald. Estranho, né? Alguém largar R$ 33 mil de salário, R$ 35 mil de verba de gabinete, R$ 100 mil pra contratação de pessoal”, insinuou.

Na defesa do ex-parlamentar, que optou pelo exílio após uma série de ameaças, o vice-líder do PCdoB, deputado federal Márcio Jerry (MA) usou seu tempo de fala para resguardar a imagem do colega.

“Gostaria fazer aqui um registro, em desagravo a quem está aqui ausente. Eleito duas vezes para o exercício como deputado federal nesta casa, o deputado Jean Wyllys não optou, por livre e espontânea vontade, por este exílio, mas para proteger a sua vida e de sua família. Este é um traço lamentável do estado de exceção que, na prática, se vive em nosso país, com achincalhes, com perseguições, milícias digitais e outras tantas e gravíssimas acusações que perturbam, infelizmente, a democracia no Brasil”, disse ao filho do presidente.

Parecer
Nesta tarde, o relator do processo, Eduardo Costa (PTB-PA), anunciou voto pelo arquivamento do caso, afirmando que este deveria ser analisado internamente pelo próprio PSL. O  relatório, que deveria ser votado hoje, no entanto, não pôde ser submetido à apreciação dos membros da Comissão em razão de um pedido de vistas, concedido por dois dias úteis.

Autor