Luís Carlos Prestes, presente!

Há 30 anos, no dia 7 de março de 1990, o Brasil e os brasileiros perderam uma de suas mais caras lendas do século 20 – aos 92 anos de idade, Luís Carlos Prestes despediu-se da vida.

Luiz Carlos Prestes na Assembleia Nacional Constituinte de 1946 l Foto: Arquivo

Há 30 anos, no dia 7 de março de 1990, o Brasil e os brasileiros perderam uma de suas mais caras lendas do século 20 – aos 92 anos de idade, Luís Carlos Prestes despediu-se da vida.

Sua figura de revolucionário ficou marcada na história política do Brasil, na mente e no coração do povo, dos democratas, daqueles que lutam pelo progresso social desde a década de 1920, quando esteve à frente da Coluna Invicta (1925-1927), que percorreu o interior do país (25 mil km, um recorde mundial, e não foi derrotada!), em luta contra os desmandos República Velha, do latifúndio e das oligarquias. 

Em poucos anos, aderiu ao Partido Comunista do Brasil, então PCB), do qual foi o principal dirigente durante décadas. Nos anos 30 foi dirigiu a ANL (Aliança Nacional Libertadora), o grande movimento que empolgou as massas com um programa democrático, anti-imperialista e anti-latifundiário. Preso, foi solto pela Anistia de 18 de abril de1945.  Eleito senador para a Assembléia Nacional Constituinte de 1946, liderou a bancada comunista formada por mais 14 deputados, que lutou pelo aprofundamento da democracia, dos direitos sociais (a lei de greve entre eles), a industrialização do Brasil e a soberania nacional. Programa que hoje surpreende pela atualidade, mais de sete décadas depois. Do qual Prestes foi defensor intransigente.

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Prestes permaneceu à frente dos comunistas brasileiros até 1962, o ano da reorganização do Partido (que marca a divisão entre PCB e PCdoB), e continuou à frente do PCB até 1979 quando, por desentendimentos internos quanto à linha política, rompeu com o partido. Mas não com a luta. Continuou agora sob a legenda do PDT, de Leonel Brizola. 

Militante revolucionário honesto e franco, muitos anos depois dos embates de meados das décadas de 1950 e 1960, ele próprio reconheceu que “naquela época, nossa posição era realmente direitista. Nós saímos de uma posição esquerdista para cair no desenvolvimentismo do ISEB” – disse na grande entrevista que formou o livro “Prestes: lutas e autocríticas”, organizado por Denis Moraes e Francisco Viana, publicado em 1982.

Prestes se foi faz 30 anos. Mas nós, que de certa maneira somos todos seus descendentes, mantemos alta a bandeira que ele sempre defendeu – a bandeira da democracia, do desenvolvimento, da soberania nacional e do socialismo. Luís Carlos Prestes, presente!

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