Corrida à Bolsa pode se transformar em “bolha”, alerta banqueiro

A “corrida” de pessoas físicas à Bolsa, fugindo dos juros historicamente baixos, ainda não pode ser classificada como uma “bolha”. Quem diz isso é o presidente do Itaú Unibanco, Candido Bracher, de acordo com a Agência Estado.

Foto: Marcello Casal JR/Agência Brasil

Ele fez o diagnóstico em uma conferência sobre os resultados do banco em 2019. A manutenção dessa situação por um período muito longo, contudo, pode abrir espaço para a formação de um excesso de dinheiro alocado em renda variável.

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“Não vejo sinais de bolha ainda, mas vejo razões para estarmos atentos e o fenômeno pode e tende a ocorrer com taxas de juros muito baixa e por muito tempo”, disse.

O presidente do maior banco privado da América Latina disse ainda que o interesse pelo mercado de capitais – que embute um risco maior do que as aplicações de renda fixa –reflete a melhora sensível nos resultados das companhias nacionais. “Os múltiplos de lucro e índices de preços em valor patrimonial estão bastante aceitáveis.”

A Agência Estado prognostica que a alocação de capital em renda variável deve chegar a um recorde em 2020, caso as projeções do mercado financeiro se concretizem.

O banco Morgan Stanley, por exemplo, espera um número recorde de aberturas de capital para este ano – acima do total de 74 registrado em 2007. O movimento se justifica pela forte queda da taxa básica de juros, a Selic, que foi reduzida para 4,25% pelo Banco Central (BC) na semana passada.