Militar dos EUA ataca canal russo; Lavrov visita Venezuela
O Chefe do Comando Sul das Forças Armadas dos Estados Unidos reconhece que que vídeos do canal de TV russo RT na internet são os mais vistos em espanhol, ao passo que lançou acusações falsas contra a rede.
Publicado 08/02/2020 23:56 | Editado 08/02/2020 23:58
Na declaração, o almirante da Marinha dos Estados Unidos e comandante do Comando Sul das Forças Armadas americanas, Craig S. Faller, apontou Rússia, China, Venezuela e Cuba como “ameaças à nossa vizinhança”, em referência ao hemisfério ocidental, em particular à América Latina.
Segundo ele, essa “ameaça” está no mesmo patamar do “fluxo de drogas e as crises migratórias”, segundo a Sputinik.
Segundo ele, “a Rússia se intromete nos assuntos regionais (da América Latina) difundindo informação falsa em suas plataformas midiáticas e participando de atividades cibernéticas maliciosas”.
A declaração, dirigida ao Senado norte-americano, não apresenta provas. O almirante conclui sua declaração afirmando que “a capacidade da Rússia para disseminar desinformação é considerável”, ao passo que diz que os Estados Unidos necessitam de “ferramentas que nos permitam manter nossa vantagem competitiva: presença persistente e compromisso”.
Cenário inaceitável
Já o chanceler russo condenou, em Caracas, as sanções dos Estados Unidos contra a Venezuela. “Essas restrições são ilegais e constituem o principal motivo da recessão da economia venezuelana”, disse Lavrov após se reunir com seu colega venezuelano, Jorge Arreaza, e com o vice-presidente Delcy Rodriguez no Ministério das Relações Exteriores, de acordo com a Agence France Presse.
O bloqueio das transferências bancárias “afetou o tratamento do câncer. Nossa principal tarefa (…) é prestar atenção a esses problemas e nossa abordagem é que qualquer crise possa ser resolvida por meio de medidas políticas e diplomáticas, por meio do diálogo”, acrescentou o diplomata russo, de acordo com a tradução de um intérprete.
O chanceler russo falou também da pressão norte-americana para derrubar o presidente constitucional da Venezuela, Nicolás Maduro. “Considero que esse cenário é inaceitável. Vamos ser responsáveis, a comunidade internacional condenará. Vamos trabalhar sobre esse assunto no Conselho de Segurança” da ONU, afirmou Lavrov. Para ele, o objetivo das sanções do regime norte-americano é gerar uma “revolta” popular contra o governo.
Sanções a companhia da Venezuela
O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos anunciou também que incluiu em sua lista de sanções a companhia aérea estatal venezuelana Conviasa, um aprofundamento da pressão de Washington contra o governo constitucional do presidente Nicolás Maduro.
Com essas sanções, os americanos ficam advertidos de que “não podem entrar em transações com essa companhia ou com essas aeronaves, incluindo para (voos) charter”, disse o chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Mike Pompeo. A companhia tem 10 voos internacionais, incluindo destinos na Bolívia, Equador, México, Panamá e República Dominicana.
O Tesouro afirmou que o governo de Maduro tem usado os aviões da Conviasa para “promover sua própria agenda política” usando-os para trasladar funcionários a países como Coreia do Norte, Cuba e Irã. Os Estados Unidos atuam para derrubar o governo constitucional da Venezuela.