População de rua dispara 60% em SP. É a “vida real”, diz Orlando Silva
Levantamento da Prefeitura mostra a relação entre o salto no número de pessoas na rua e a alta na taxa de desemprego
Publicado 30/01/2020 11:53 | Editado 31/01/2020 18:26
A população em situação de rua disparou 60% em quatro anos na cidade de São Paulo. Em 2015, as pessoas nessa situação eram 15,9 mil. O número saltou para 24.344 pessoas em 2019. Os dados são do ainda inédito Censo da População em Situação de Rua, que foi realizado pela Prefeitura de São Paulo e será lançado nesta sexta-feira (31).
O levantamento mostra a relação entre o salto no número de pessoas na rua e a alta na taxa de desemprego – que era de 13,2% na cidade em 2015 e agora chega a 16,6%. O recorte racial também é marcante: do total de pessoas em situação de rua, 69,3% são pretos ou pardos e 28% são brancos. Há ainda indígenas (1,7%) e pessoas de cor amarela (0,9%).
Conforme o censo, a maior parte dos que estão nas ruas tem entre 31 e 49 anos (46,6%). E 3,9% são crianças. Eles relatam os motivos que os levaram a essa situação: conflitos familiares, falecimento de parentes, perda de trabalho, drogas e problemas de saúde (como depressão). Alguns são egressos do sistema prisional.
Para o deputado federal Orlando Silva, pré-candidato a prefeito de São Paulo, a estatística revela que a “vida real” contraria o discurso ufanista do governo Jair Bolsonaro. “A economia só vai bem no mundo encantado dos mercados. A vida real continua terrível”, afirma o parlamentar.
“A cada direito que é destruído pelo governo Bolsonaro, feito ao molde dos bilionários, mais uma família que desce à condição desumana. É triste e revoltante!”, agrega Orlando. Segundo ele, a Prefeitura de São Paulo – que tem orçamento projetado em R$ 69 bilhões para 2020 – “também precisa ajudar. O poder público deve olhar para essa gente, cuidar primeiro de quem mais precisa”.
Com informações da Folha de S.Paulo