Governo Bolsonaro é recordista em denúncias por violar regras éticas

Quase que dobrou o número de denúncias contra membros do executivo do atual governo. O ministro da Educação foi advertido nesta semana.

O ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub

Por unanimidade, a Comissão de Ética da Presidência da República estabeleceu nesta semana como pena ao ministro da Educação, Abraham Weintraub, uma advertência por violar as regras éticas e constitucionais ao se dirigir de forma ofensiva aos ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff.

Ao defender o governo Bolsonaro no escândalo da apreensão de 39 kg de cocaína transportados em um avião da Presidência da República por um militar da Aeronáutica, de forma caluniosa Weintraub acusa o PT de ter ligação com “traficantes”.

Na rede social, Weintraub ironizou o episódio dizendo que “no passado, o avião presidencial já transportou drogas em maior quantidade. Alguém sabe o peso do Lula ou da Dilma?”.

A pedido de parlamentares do PT, a comissão reconheceu a ocorrência de infração e recomendou que o ministro se atente aos padrões éticos em vigor.

Não se trata de um caso isolado no atual governo. Um relatório da comissão revelou que dispararam as denúncias de infrações éticas e conflitos de interesse contra integrantes do governo.

“Percebe-se o incremento no número de processos em função do novo mandato e do perfil das autoridades que ingressaram nos cargos de alto escalão, uma vez que muitas foram convidadas a eventos custeados pela iniciativa privada”, diz o documento, segundo informou a coluna Painel do Folha de S.Paulo.

Foram 803 casos em 2018 contra 1.340 em 2019. O órgão aplicou apenas duas sanções durante o governo Bolsonaro, apesar do aumento das denúncias.

Os que levaram advertência foram a ex-presidente do Iphan Kátia Bogéa –em agosto, por usar carro oficial supostamente sem amparo legal– e Abraham Weintraub (Educação) –nesta semana, por comparar Lula e Dilma Rousseff a entorpecentes. Em 2018, a comissão havia aplicado seis sanções.

Segundo informa a coluna, o governo chegou a discutir a desidratação da comissão, mas recuou. Apesar disso, o relatório do órgão mostra que a capacitação de agentes públicos em gestão da ética desabou sob Bolsonaro: 1.339 contra 3.438 no ano anterior.

“O órgão tem entre os casos avaliados no momento o do chefe da Secom (Secretaria Especial de Comunicação Social), Fabio Wajngarten, cotista de empresa que tem como clientes emissoras de TV e agências contratadas por sua secretaria”, diz a nota

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