Flávio Bolsonaro manobra nas férias do STF para paralisar investigação
Mais um pedido da defesa do senador usa os mesmos argumentos anteiores, nos quais apontam irregularidades nas investigações do Ministério Público.
Publicado 20/01/2020 12:46

Muito próximo de ser denunciado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro por lavagem de dinheiro e peculato, o senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente, tenta outra cartada para se livrar das ações da Justiça.
Ele entrou no dia 18 de dezembro com um novo pedido, o quarto, junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), para que as investigações de seus crimes e os de seu operador de propina, Fabrício Queiroz, sejam paralisadas.
A alegação é a mesma de sempre, de que houve irregularidades nas investigações. Ele quer foro privilegiado para seus crimes.
O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Dias Toffoli, solicitou no sábado (18) que a Procuradoria-Geral da República (PGR) opine sobre o pedido do senador Flávio Bolsonaro.
A resposta do MPF ao pleito será entregue nesta segunda-feira (20) ao ministro Luiz Fux, vice-presidente do STF, que assumirá o plantão do Judiciário.
Relatório do Ministério Público Estadual do Rio afirma que o senador lavou dinheiro desviado do salário dos funcionários fantasmas do gabinete. Numa das operações de lavagem investigadas ele depositou R$ 638,4 mil em dinheiro vivo na conta de um corretor e assim ocultou o desvio de dinheiro público. Foram detectados também depósitos na conta da primeira dama Michelle Bolsonaro no valor de R$ 24 mil.
O pedido da defesa de Flávio está sendo visto como uma manobra protelatória porque em janeiro de 2019, o ministro Fux já havia atropelado o entendimento dele próprio e da Corte, de que o foro por prerrogativa de função, o famoso “foro privilegiado”, só pode ser aplicado para crimes cometidos durante o mandato, e atendeu ao pedido do acusado, interrompendo as investigações.
Os crimes imputados ao senador Flávio Bolsonaro foram cometidos quando ele era deputado estadual no Rio de Janeiro.
O senador tenta uma decisão provisória para cessar a apuração do Ministério Público do Rio. Ele entrou com o pedido em 18 de dezembro de 2019, última semana de trabalho do Judiciário, planejando resolver a questão no plantão de recesso do STF.
Por Hora do Povo