Parlamentares pedem demissão do Secretário de Cultura de Bolsonaro
No meio político, a reação foi imediata com o pedido de demissão e até de convocação para que Roberto Alvim preste esclarecimento de sua apologia ao nazismo.
Publicado 17/01/2020 10:40 | Editado 17/01/2020 11:13
“O secretário da Cultura passou de todos os limites. É inaceitável. O governo brasileiro deveria afastá-lo urgente do cargo”, disse no Twitter o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), sobre o vídeo em que Roberto Alvim cópia trecho de discurso do ministro da Propaganda de Hitler, Joseph Goebbels, para falar sobre o lançamento do Prêmio Nacional das Artes.
No vídeo Roberto Alvim cita o nazista Goebbels ao som de Richard Wagner, músico predileto de Hitler. A reação de indignação foi imediata na sociedade e no meio político.
“O absurdo chegou ao inaceitável, virou crime e ofensa ao Brasil. O Secretário de Cultura do governo Bolsonaro plagiou declarações de Goebbles, ministro da propaganda nazista e braço direito de Hitler. É caso de demissão sumária e interpelação judicial”, disse o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP).
Para a líder da Minoria na Câmara, deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), o sentimento gerado com o vídeo de Alvim é de asco.
“Percebe-se uma arrogância típica dos ignorantes autoritários. Quem disse a eles que a arte e cultura brasileiras começam com este governo? Quem deu o direito de julgar qualidade e conteúdo das obras artísticas brasileiras?”, indagou a deputada.
O líder do PCdoB na Câmara, Daniel Almeida, considerou que usar referências nazistas em discursos é um ato de violência contra a democracia e a soberania nacional.
“Não podemos admitir tal absurdo. Roberto Alvim precisa ser afastado urgentemente, qualquer coisa diferente disso é inaceitável”, cobrou o líder.
Vice-líder do PCdoB na Câmara, deputado Mário Jerry (MA), anunciou que no retorno do trabalho da Casa o secretário será convocado a dar explicações.
“Silenciar diante da monstruosidade desse secretario é ser cúmplice dele. Que se manifestem os bolsonaristas. É isso mesmo? Já podemos chamá-los de nazistas?”, protestou.
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O líder do PT na Câmara, Paulo Pimenta (RS), diz que o discurso tem toda a estética nazista, incluindo a música de Wagner.
“Há trechos exatos de discurso de Goebbels. Um servidor público usando dinheiro dos contribuintes e estrutura do Estado para fazer apologia ao nazismo. Se Bolsonaro não o demitir, será cúmplice desse crime”, advertiu.
“Secretário de cultura de Bolsonaro faz discurso nazista, citando um nazista, com estética nazista. Não há qualquer dúvida. Estamos diante de uma ameaça concreta à democracia”, afirmou o deputado Marcelo Freixo (PSOL-RJ).