Europa se curva aos Estados Unidos e mente, afirma Irã
Tesões provocadas por Washington são respaldadas por líderes europeus.
Publicado 05/12/2019 13:22

O ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohamad Yavad Zarif, respondeu, no Twitter, à carta enviada na quarta-feira (4) pela E3 (os três signatários europeus do pacto nuclear com o Irã (Reino Unido, Alemanha e França) ), ao Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, no qual afirmam que alguns mísseis balísticos do país persa violam a resolução 2231 do Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU).
Zarif denunciou que a carta é uma “mentira, um ato desesperado de encobrir sua miserável incompetência em cumprir um mínimo de suas próprias obrigações” no âmbito do tratado nuclear assinado em 2015 entre o Irã e o Grupo 5 + 1 ( integrado então pelos Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia e China, além da Alemanha). “Se o E3 quer um mínimo de credibilidade global, pode começar a exercer soberania em vez de se curvar à intimidação dos Estados Unidos”, afirmou.
Zarif também anexou uma foto que mostra a revogação da resolução 1929 do CSNU e a aprovação da resolução 2231, que confirma o acordo nuclear, oficialmente denominado Plano de Ação Conjunto Integrado (PIAC ou JCPOA).
Latest E3 letter to UNSG on missiles is a desperate falsehood to cover up their miserable incompetence in fulfilling bare minimum of their own #JCPOA obligations
If E3 want a modicum of global credibility, they can begin by exerting sovereignty rather than bowing to US bullying. pic.twitter.com/QtfZFnLpO5
— Javad Zarif (@JZarif) December 5, 2019
Esta nova medida da E3 é produzida enquanto a resolução 2231 proíbe apenas ao Irã de desenvolver qualquer míssil projetado para carregar ogivas nucleares. O governo dos Estados Unidos, presidido por Donald Trump, deixou o pacto em maio de 2018 e levantou 12 condições para um novo tratado, incluindo, entre outras, a cessação do desenvolvimento de mísseis balísticos iranianos. Teerã, por sua vez, enfatizou repetidamente que seu programa de mísseis é “inegociável”.
Além disso, o líder da Revolução Islâmica, o aiatolá Ali Khamenei, reiterou em outubro passado que o Irã não construirá, armazenará e usará armas nucleares. Ele também enfatizou em novembro que o Ocidente está ciente de que Teerã não busca armas nucleares, mas se opõe ao seu desenvolvimento no campo da energia nuclear, pois pretende privá-lo do conhecimento, indústria e capacidade nuclear.