Netanyahu é denunciado em três inquéritos por corrupção em Israel
Aliado do presidente brasileiro Jair Bolsonaro, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu foi denunciado por fraude, recebimento de propina e abuso de confiança no âmbito de três inquéritos de corrupção. O procurador-geral de Israel, Avichai Mandelblit, apresentou nesta quinta-feira (21) denúncia criminal contra o mandatário.
Publicado 22/11/2019 13:40
No poder desde 2009, Netanyahu é o premiê mais longevo da história de Israel – e o primeiro a ser denunciado no exercício do cargo. De acordo com a denúncia, Netanyahu aceitou centenas de milhares de dólares em champanhe e charutos de amigos bilionários e de ter beneficiado empresários em troca de cobertura favorável ao seu governo em um jornal e um site de notícias.
As acusações mais sérias estão conectadas ao chamado “Caso 4000”, em que Netanyahu é acusado de aprovar leis que deram ao seu amigo, o magnata das telecomunicações Shaul Elovitch, benefícios no valor de 250 milhões de dólares à sua empresa Bezeq. Em contrapartida, o site Walla – uma subsidiária da Bezeq – publicou artigos favoráveis sobre Netanyahu e sua família.
A relação, segundo a acusação, era “baseada em um entendimento mútuo de que cada um deles tinha interesses significativos que o outro lado tinha capacidade de avançar”. A Justiça também acusou Netanyahu de esconder o relacionamento fornecendo “informação parcial e enganosa” sobre suas conexões com Elovitch. Dois auxiliares de Netanyahu viraram testemunhas do Estado e testemunharam contra o premiê no caso.
A acusação também afirmou que os presentes, como garrafas de champanhe, dos bilionários Arnon Milchan e James Packer “transformaram-se numa espécie de linha de abastecimento”. Os presentes foram estimados em cerca de 200 mil dólares.
A acusação diz que Netanyahu ajudou o israelense Milchan, um magnata de Hollywood, a prorrogar seu visto nos EUA. Já em relação a Packer não está claro o que ele recebeu em troca por oferecer presentes ao premiê.
O premiê pode enfrentar até dez anos de prisão se for condenado por suborno e um prazo máximo de três anos por fraude e abuso de confiança. As investigações se estenderam por três anos e nos últimos meses vinham criando dificuldades políticas para Netanyahu, afastando potenciais aliados na formação de um governo estável.