Publicado 21/11/2019 13:40
Nas últimas décadas do século passado após a capitulação e a implosão da União Soviética os teóricos do capital chegaram a anunciar o “fim da história”, ou a vitória final do capitalismo. Então, natural seria esse sistema se revigorar e retomar a pujança que tivera outrora. Mas não foi o que ocorreu. No mundo todo as crises do capitalismo se tornaram mais e mais frequentes, as desigualdades, o desemprego, a violência, a fome e a miséria cada vez maiores. Consequentemente os conflitos entre ricos, médios e pobres se avolumaram.
A disputa por emprego, pela sobrevivência, como num “salve-se quem puder” polarizou de um lado as elites aliadas a grandes parcelas da classe média engrossadas por alienados pauperizados e de outro lado a grande maioria dos trabalhadores e setores democráticos.
Nações antes defensoras da globalização, do liberalismo, fecharam-se dentro de si mesmas, aferraram-se a um nacionalismo exclusivista, exalando ódio às classes mais vulneráveis econômica e socialmente, a estrangeiros imigrantes pobres, numa demonstração não só de discriminação, mas também por medo da perder seus privilégios.
Nos Estados Unidos da América Donald Trump evocando a América First “ganha” as eleições. Na Inglaterra a elite e boa parcela da classe média briga incessantemente pelo Brexit, (separação da União Europeia). Na Espanha separatistas querem a independência da parte mais rica, a Catalunha. Em vários outros países acirram-se os conflitos de mesma natureza.
Os governos de direita ou ultradireita que chegaram ao poder catapultados por esses movimentos nacionalistas ou elitistas, tratam logo de arrancar direitos conquistados pelos trabalhadores e por outros segmentos marginalizados ou pauperizados.
Um outro fator que potencializa esses conflitos de classes é o vertiginoso crescimento da China, sob o comando do Partido Comunista, na construção de um outro sistema tido como morto há menos de meio século. Esse fenômeno provoca nova disputa acirrada entre as duas atuais superpotências, Estados Unidos e China, em outras palavras, entre o capitalismo e o socialismo. Daí a guerra comercial deflagrada pelos norte-americanos.
Os Estados Unidos, tentando conter seu declínio, voltam a promover golpes e retomar o poder principalmente no “seu quintal”, a América Latina, como também em vários outros países.
Por outro lado, a China utilizando de sua sabedoria milenar e tática, não de guerra, mas de métodos persuasivos de ganha-ganha, amplia sua influência no continente assim como na Europa e outras áreas, inclusive Brasil, através da Iniciativa Um Cinturão, Uma Rota, que propõe parcerias para o desenvolvimento mútuo
Esses são os principais fatores do ressurgimento e potencialização das correntes de direita, de ultradireita, do nacionalismo xenófobo, do acirramento e polarização das classes sociais, e suas representações políticas de direita aliadas ao centro contra as correntes democráticas e de esquerda. Quando não pela eleição, geralmente fraudadas, aplicam se os golpes sobre governos democraticamente eleitos. O que importa é a conquista do poder a qualquer preço, para impor o seu projeto político aqui e em vários outros países chamado de neoliberalismo. Em outras palavras de destruição da soberania, de assalto das riquezas e dos direitos do povo, do desmantelamento da democracia para facilitar a implementação de suas ideias e retardar a morte do seu sistema, o capitalismo.
Em suma, é a disputa entre os dois sistemas vigentes, é a roda da história girando, ora para trás, porém, historicamente sempre para a frente, como outrora vencendo o Escravismo, depois o Feudalismo, e hoje, se bem que ainda no início, para vencer mais um regime injusto, cruel e desumano, o atual capitalismo selvagem.