Eduardo terá de explicar falas contra a democracia, diz Márcio Jerry
Deputados do PT, PSOL e PCdoB protocolaram representação contra o 03 do clã Bolsonaro, pedindo a cassação de seu mandato no Conselho de Ética da Casa, após falas de sua entrevista à jornalista Leda Nagle repercutirem nacionalmente
Publicado 06/11/2019 09:08
Vice-líder do PCdoB, deputado federal Márcio Jerry defendeu, nesta terça-feira (5), que Eduardo Bolsonaro explique, na Câmara dos Deputados, as recentes incitações ao retorno da ditadura no Brasil.
“Eduardo Bolsonaro vai ter que responder também no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara por sua pregação antidemocrática e de apologia à ditadura. Defender a democracia sempre! Total repúdio aos que afrontam a nossa Constituição, pregando a volta da ditadura. #DitaduraNuncaMais”, reivindicou o parlamentar maranhense.
Nesta tarde, deputados do PT, PSOL e PCdoB protocolaram representação contra o 03 do clã Bolsonaro, pedindo a cassação de seu mandato no Conselho de Ética da Casa, após falas de sua entrevista à jornalista Leda Nagle repercutirem nacionalmente. Na ocasião, Eduardo Bolsonaro afirmou que se houver uma "radicalização da esquerda", o governo poderá editar um novo Ato Institucional Número 5 (AI-5) – em referência à medida mais restritiva do regime militar, promulgada em 1968.
Antes da entrevista, Eduardo havia subido ao plenário da Câmara para dizer que "a história poderia se repetir", em alusão ao golpe militar de 1964". Depois de forte reação pelo país, ele recuou e pediu "desculpas a quem porventura tenha entendido" que ele estivesse estudando o retorno do AI-5.
Na segunda-feira (4), congressistas da Rede Sustentabilidade também apresentaram um pedido de cassação do mandato do atual líder do PSL por quebra de decoro parlamentar em razão da mesma fala. Na semana passada, 18 parlamentares também registraram uma queixa-crime no Supremo Tribunal Federal (STF), pedindo que Eduardo seja condenado por incitação e apologia ao crime, além de ato de improbidade administrativa, o que pode levar à perda de cargo do filho do presidente Jair Bolsonaro.