Publicado 18/10/2019 11:30
Em vez de estimular a geração de empregos formais e renda por meio da retomada do crescimento econômico, o chefe do Executivo prefere priorizar uma política miúda marcada por troca de acusações e baixarias dentro do próprio partido que o elegeu, o PSL.
A diferença de renda entre pobres e ricos é recorde, apontou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em pesquisa divulgada nesta semana. Um porcento dos brasileiros mais ricos ganha quase 34 vezes a mais do que os 50% mais pobres, conforme dados de 2018. Essa situação é recorde na série histórica da PNADC (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua) do Instituto, iniciada em 2012.
O estudo aponta também que o aumento da desigualdade coincidiu com a queda no atendimento do Bolsa Família. Os números do ano passado mostram ainda que o índice Gini, que mede a desigualdade numa escala de 0 (perfeita igualdade) a 1 (máxima concentração) cresceu em todas as regiões do país e atingiu o maior patamar da série, chegando a 0,509. A exceção foi o Nordeste, onde a desigualdade de rendimentos caiu porque as pessoas no topo perderam renda – e não porque os mais pobres ganharam mais.
Desde 2017, a Bancada do PCdoB na Câmara alertava para as consequências nefastas da precarização do trabalho trazida pela Reforma Trabalhista (Lei 13.467/17), que entrou em vigor em novembro daquele ano. Lutamos incessantemente para impedirmos esse retrocesso.
Bolsonaro agravou mais essa realidade cruel ao promover desmontes ainda maiores e cortes de direitos. O caos está instalado, porque o governo está perdido. Não há um modelo de crescimento econômico muito menos planejamento de políticas de distribuição de renda. Pelo contrário, os cidadãos estão perdendo cada vez mais o poder de compra, o que fragiliza intensamente a economia nacional. Por isso, a desigualdade social explodiu.
Não basta resistirmos aos prejuízos promovidos pelo governo Bolsonaro à economia e às políticas sociais em benefício do povo brasileiro. Agora é hora de discutirmos de forma ampla uma agenda centrada na recuperação da indústria e dos empregos para apresentarmos alternativas à crise econômica.
Temos de resistir no Congresso. Exigir que o Poder Judiciário atue para não permitir o desmonte da institucionalidade, preserve nossa soberania, economia, direitos sociais e dos trabalhadores. Estamos priorizando o debate propositivo para evitar que o Brasil sucumba.