Seminário na Câmara vai apontar alternativas para a crise econômica

Com objetivo de oferecer aos parlamentares e à sociedade visões alternativas ao “contracionismo fiscal” dominante, verdadeira voz única na grande mídia, o que tem gerado uma distorção absoluta no debate sobre a reforma da previdência e sobre os temas econômicos em geral, a Liderança da Minoria e a Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público (CTASP) da Câmara dos Deputados promovem nesta quinta-feira (10) o seminário “Repensando a Economia Brasileira”.

Luiz Gonzaga Belluzzo

O evento, que será realizado das 9h às 13h, no Auditório Nereu Ramos da Câmara, terá como debatedores os economistas Luiz Gonzaga Belluzzo, Simone Deos e Maria de Lourdes Rollemberg Mollo. A mediadora dos debates será Esther Dweck

A julgar pelo discurso oficial, é a previdência que provoca a crise de nossa economia. Em nenhum momento admite-se a hipótese de que seja exatamente o contrário: a crise econômica e a recessão é que tem gerado a crise da previdência.

Segundo a organização do seminário, pretende identificar e construir eixos para o desenvolvimento, que consigam reunir as forças vivas da economia, da sociedade civil, dos parlamentares e partidos da oposição, numa ação convergente e coerente no Congresso Nacional.

“É preciso romper as amarras da visão única da ortodoxia econômica que está destruindo o nosso futuro. Urge construirmos uma nova rota econômica capaz de tirar o nosso País da recessão e do desemprego, oferecendo dias melhores para o nosso povo”, diz nota distribuída à imprensa.

Temas como políticas de geração de emprego e defesa do trabalho, o impacto das novas tecnologias sobre a economia e o trabalho e as reformas fiscal, tributária, federativa, do sistema bancário e financeiro e da previdenciária e seguridade social, merecem uma análise mais profunda e fora da “caixinha” da austeridade neoliberal.

Resistência

Cresce no parlamento brasileiro, assim como em toda a sociedade, o sentimento de que a nossa economia transita próxima ao abismo. Os porta-vozes do Mercado começam a transmitir uma sensação de forte incerteza quanto ao futuro do País.

Antes a reforma das leis trabalhistas desataria os “nós” de nossa economia e geraria oito milhões de empregos. Agora a reforma previdenciária resolveria com seu “trilhão de economia” o problema das contas públicas da Nação.

Mas muitos já são os que asseveram que isso será ainda insuficiente e novos cataplasmas já estão sendo expostos nas vitrines dos arautos da austeridade fiscal, como uma verdadeira feira livre dos ativos nacionais.

“O governo Bolsonaro, e seu superministro da Economia Paulo “Posto Ipiranga” Guedes, revelam-se completamente prostrados e inertes diante da profunda crise econômica. Nosso povo vai vendo o desemprego aumentando, os serviços públicos se deteriorando, a violência se agravando com o rearmamento inconsequente e irresponsável, o moralismo e o doutrinarismo reacionário da direita acirrando os conflitos no seio da população e uma internacionalização selvagem de nossa economia através da venda de nossos ativos e empresas estatais”, diz a nota.

Trava-se nesse momento uma verdadeira guerra contra o povo brasileiro, contra seu patrimônio e seus direitos. Cabe à oposição democrática mobilizar os melhores cérebros da nossa economia, para, junto a sociedade civil organizada, construir alternativas para o desenvolvimento sustentável e com justiça social do nosso Brasil.