Paulo Câmara defende união das esquerdas para as eleições de 2022
O governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), defendeu a união das esquerdas para as eleições presidenciais de 2022. “As eleições passaram e nós respeitamos o resultado. Agora, as esquerdas têm que criar uma agenda pactuada entre elas e mostrá-la ao Brasil. É isso o que falta”, disse ele ao jornal Valor Econômico.
Publicado 26/09/2019 10:45
Paulo Câmara alegou que o presidente cria um fato a cada dia, são questões pequenas diante dos problemas do Brasil.
“Não vejo nenhuma ação dele para gerar riqueza, distribuir renda e diminuir a desigualdade. Como partidos de oposição, nós temos que apresentar propostas e não nos omitir”, defendeu.
Sobre recente entrevista de Fernando Haddad (PT) defendendo a unidade apenas no segundo turno, o governador foi enfático ao dizer que é preciso evitar os mesmos erros de 2018 e ter uma candidatura única logo de cara, “se possível”.
“Em 2022, não podemos cometer os mesmos erros de 2018. Eu entendo – e vou trabalhar no limite das minhas possibilidades – para a unidade das esquerdas em torno de um projeto. É isso o que defendemos no PSB”.
Ao ser questionado sobre a cabeça de chapa numa possível unidade no primeiro turno, Câmara diz que o PT tem que fazer uma discussão com as demais siglas da esquerda.
“Lá atrás tivemos divergências e isso foi superado. Tanto é que, em 2018, apoiamos o [Fernando] Haddad de maneira orgânica no segundo turno. Agora é construir. Somos totalmente contrários à forma como o país está sendo gestado. Se não tivemos unidade, poderemos ter dificuldade em 2022”, argumentou.
Câmara está em Nova York como porta-voz dos estados do Nordeste para a Climate Week. Levou uma mensagem: o discurso de Bolsonaro na ONU representa apenas parte do Brasil. “Levantou mais muros do que construiu pontes”, diz. Recife vai sediar a Conferência Brasileira do Clima, em novembro, como contraponto à decisão tomada pelo governo de não mais sediar a COP-25.
Sobre o discurso de Bolsonaro na ONU, o governador diz que a fala dele levantou mais muros do que construiu pontes.
“A minha forma de pensar a política e as relações é sentar à mesa, buscar consensos, ampliar as ações. Diplomacia exige capacidade de ouvir e dialogar. O presidente tem todo o direito de dizer o que pensa, mas há formas e formas de fazer isso”, afirmou.