67% dos brasileiros rejeitam privatizações de Bolsonaro, diz Datafolha
Apesar da constante – e ardilosa – propaganda do governo Jair Bolsonaro (PSL) contra o Estado brasileiro e as empresas estatais, a maioria da população é contrária à venda dos Correios, dos bancos públicos, da Petrobras e de outros patrimônios federais. É o que aponta a mais nova pesquisa Datafolha sobre privatizações – a primeira desde a posse de Bolsonaro na Presidência.
Publicado 10/09/2019 12:59
De acordo com o levantamento, feito entre 29 e 30 de agosto, 67% dos brasileiros rejeitam a transferência de estatais para o setor privado. Apenas 25% concordam com a privataria. Outros 6% dizem não saber, enquanto 2% são indiferentes.
O Datafolha também sondou a opinião dos entrevistados sobre setores específicos. Em todos os casos, o índice de reprovação às privatizações é bem superior ao percentual de aceitação. Os brasileiros recusam a venda da Petrobras (65% contra e 27% a favor), dos bancos públicos, como a Caixa Econômica federal e o Banco do Brasil (65% contra e 29% a favor), além dos Correios (60% contra e 33% a favor).
Em agosto, o governo ampliou a lista de projetos que deseja entregar à iniciativa privada, ao incluir presídios, escolas, creches e parques nacionais no PPI (Programa de Parcerias de Investimentos). Foram incluídas nove estatais na lista da privataria: Telebras, Correios, ABGF (Agência Brasileira Gestora de Fundos Garantidores e Garantias), Emgea (Empresa Gestora de Ativos), Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados), Dataprev (Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social), Ceagesp, Ceitec (Centro de Excelência em Tecnologia Eletrônica Avançada) e porto de Santos.
Outras seis já haviam sido qualificadas: Eletrobras, CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos), Trensurb (Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre), Ceasaminas (Centrais de Abastecimento de Minas Gerais), Codesa (Companhia Docas do Espírito Santo) e Casa da Moeda. A Lotex (raspadinha) também será vendida.
A Petrobras não está na lista, mas o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que a privatização da empresa não está descartada por Bolsonaro. O governo já tem vendido várias subsidiárias da Petrobras para desmontar o tamanho da estatal e prepará-la à privatização. Em relação aos bancos públicos, a ordem do Ministério da Economia é reduzir o tamanho das empresas e vender subsidiárias.